12 de julho de 2011

PSB e PT: Uma história de amor e traição

Fonte: Jornal do Dia

Desde 1994, quando o PSB disputou pela primeira vez o governo do Estado do Amapá com o apoio do PT, a relação de amor e traição entre ambas as legendas políticas atravessa o tempo trazendo consigo vitórias, rachas, egoísmo e lágrimas.

Não é por falta de exemplos que o Partido dos Trabalhadores corre o risco mais uma vez de não ter o apoio do partido socialista e companheiro dos palanques. De mãos dadas em 2010, o PT e o PSB embarcaram na onda da Operação Mãos Limpas e hoje comandam o governo do Estado, porém, um assunto palpitante vem metendo cada vez mais o dedo na ferida que até então estava sarada no peito dos petistas: o apoio do PSB rumo as eleições de 2012.

Em 1993 foi o ano que marcou o início da história entre petistas e socialistas no Estado. João Capiberibe disputando o governo, trouxe consigo a professora Dalva Figueiredo como vice na chapa. Era a primeira experiência partidária. Tudo ocorreu muito bem, obrigado. Foi então que as eleições de 1998 chegaram e João Capiberibe veio para a reeleição, novamente trazendo como companheira de luta a petista Dalva, já com a promessa de que nas eleições municipais de 2000, o PSB apoiaria os petistas para a Prefeitura de Macapá.

A disputa municipal de 2000 chegou e com ela, veio a primeira decepção petista. A questão é que o PT lançou o então candidato Hélio Esteves como cabeça de chapa, esperando que o PSB comandando o Estado viesse apoiá-lo. Ledo engano. João Capiberibe lançou o engenheiro e principiante político João Henrique, elegendo-o prefeito da capital. Restou dessa forma apenas a primeiras mágoas dessa relação política.

Em 2002, quando chegaram as disputas governamentais, João Capiberibe teve que deixar o governo, pois não poderia se candidatar novamente após seu segundo mandato, abrindo dessa forma o caminho para que a petista Dalva Figueiredo assumisse a principal cadeira do Palácio do Setentrião.Capiberibe sem deixar se abater ao ver a “companheira” Dalva com as rédeas do Amapá, lançou outro novato político: Cláudio Pinho, trazendo na bagagem o malfadado PDSA (Plano de Desenvolvimento Sustentável do Amapá).Apesar dos esforços, Dalva não conseguiu vencer mais uma investida política, agora de um outro concorrente: o pedetista Waldez Góes, que levou a vitória, governando o Amapá de 2003 a 2010.

Mesmo sabendo que o PT sempre teve uma relação mal resolvida com os adversários do PSB, Waldez achou por bem trazê-lo para perto de si. Abriu as portas da CEA (Companhia de Eletricidade do Amapá) e do Rurap para o Partido dos Trabalhadores.

As eleições de 2010 se aproximavam, e eis que novamente iniciava a aproximação do casal mais conhecido da política amapaense: PSB e PT estavam novamente noivados, apresentando Camilo Capiberibe (PSB) como cabeça de chapa, e Dora Nascimento (PT) como vice. Com um “empurrãozinho” da Operação Mãos Limpas, o casamento chegou ao poder. Agora, com a aproximação das eleições 2012, uma nova intriga entre o casal político se avizinha.

Em vários momentos, o PT não foi consultado para assumir pastas do governo estadual. Foi o caso da Secretaria de Segurança Pública (Sejusp), assumida por Marcos Roberto, e da Secretaria de Saúde (Sesa), com Evandro Gama. Ambos petistas novatos e sem ginga política, se afundaram na inexperiência, queimando de relance a imagem do PT que já se aquece para as eleições municipais. Não foi à toa que o presidente nacional do PT, Rui Falcão, se dispôs a vir ao Amapá para saber em que pé andavam as coisas. Hoje, comenta-se que os socialistas Janete Capiberibe, Cristina Almeida e Agnaldo Balieiro teriam pretenções de disputar a Prefeitura. Por parte dos petistas, cogita-se os nomes de Dalva Figueiredo, Evandro Gama, Marcos Roberto e Joel Banha.

O governador Camilo Capiberibe já disse que não se pode confundir partido político com governo. Em meias palavras, quis dizer que as eleições de 2012 serão outros quinhentos.

Já os petistas disseram que acordo político precisa ser cumprido e que vai lançar candidato onde houver condições.

Em todo caso, ambos os partidos já não falam a mesma língua e sem querer anunciam que as decepções de outrora poderão reavivar ranger de dentes e lágrimas.

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