1 de julho de 2011

O governador do Amapá não pode ser incomodado

A intervenção da Polícia Ambiental no segundo dia de eliminatórias do arraial da Federação dos Grupos Folclóricos do Amapá (Fefap) foi o estopim para que quadrilheiros organizadores do evento se voltassem contra o Governo do Amapá. Eles acusam Camilo Capiberibe de perseguição.

Daiana Raniere, presidente da federação, desabafou que desde maio, quando a entidade tentou promover o festival “Garota Fefap”, o grupo vem sofrendo impedimentos por parte do governo. “Quarta-feira foi a gota d’água”, atribuiu, referindo-se ao segundo dia de eliminatórias do evento, quando policiais ambientais ordenaram a paralisação do arraial alegando a expiração do horário – eram 23h45.

“Eles chegaram acompanhados pelas polícias Militar e Civil e disseram que nosso horário era até a meia-noite. Temos autorização da prefeitura (de Macapá) para ficar até as duas horas da manhã”, esclareceu Daiana, embora tenha apresentado autorização para utilização de solo urbano no horário de 8h às 24h, nas datas de 26 a 30 de junho; e de 8h às 3h, nos dias 01 e 02 de julho. A presidente da federação esclareceu: “Isso foi um erro de digitação da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano e Habitacional (Semduh), que emitiu a autorização. Já entramos em contato com eles e eles vão corrigir”, explicou.

Ela acrescentou que o erro na digitação da autorização pela Semduh não teve nada a ver com a interrupção da programação pelo Batalhão Ambiental que, segundo afirmou, questionava o horário em que o som poderia estar ligado. Nesse caso, a autorização emitida pelo Departamento de Meio Ambiente do município é clara: “no período de 28 de junho a 10 de julho, a utilização do equipamento sonoro pode acontecer até as 2h da manhã, de domingo à sexta-feira, e até as 3h da manhã aos sábados e vésperas de feriado”.

Daiana Raniere atribui o que ela chama de perseguição do governador ao fato de a Fefap ter recebido, durante seus cinco anos de evento junino, apoio dos governos anteriores.

“Essa perseguição é porque sempre recebemos apoio do governo passado. Esse governo acha que porque o Waldez e o Pedro Paulo (ambos ex-governadores) abraçaram a quadra junina, deram visibilidade à quadra junina, eles tinham de fazer outra”, reforçou.


O Governo do Estado, através da Secretaria de Estado da Cultura (Secult), realiza paralelamente ao arraial da federação, evento junino no Sambódromo de Macapá. Os 65 grupos de São João cadastrados para receber recursos do governo participam dos dois eventos, recebendo, pela Secult, a quantia de R$ 4 mil, cada.


“A Secult não repassou recurso à federação, alegando falta de prestação de contas. Isso não é verdade. Então eles realizaram esse arraial com outra liga, que recebeu quatrocentos e cinquenta mil, dos setecentos e cinquenta mil reais previstos para a quadra junina”, revelou Daiana, acrescentando que a entidade somente conseguiu promover o arraial porque a Prefeitura de Macapá ajudou, cedendo a estrutura física – no caso, autorizações para realização do evento na Av. Iracema Carvão Nunes, em frente à residência governamental. O financiamento do evento é garantido pela bilheteria do arraial, segundo assegurou a presidente da federação. “Começamos cobrando dois reais pela entrada. Agora, nos fins de semana, será três reais. Um valor simbólico para ajudar nas despesas”, disse.


O Batalhão Ambiental informou que somente pediu para que a organização do evento reduzisse o volume do som, a pedido dos moradores do entorno da via, que reclamaram do barulho.


Fonte: A Gazeta

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