30 de janeiro de 2011

Empresa diz que há dois operários desaparecidos no PA

Dois dos quatro operários que poderiam estar no prédio que desabou em Belém (PA) neste sábado foram encontrados, afirmou Carlos Otávio Lima Paes, dono Construtora Real Class, responsável pela obra. A informação não foi confirmada pela equipe de resgate.

Com isso, há ainda a chance de duas pessoas estarem sob os escombros da obra, num bairro nobre da cidade, afirmou. Segundo Paes, José de Paula Barros e Manoel Raimundo da Paixão tinham ido ao local limpar entulho, e não trabalhar na construção.

A equipe de resgate trabalha, neste domingo, para remover os escombros do prédio e procura por quatro operários. De acordo com o governo do Pará, os operários desaparecidos são: José Paulo Barros e Manoel Raimundo da Paixão Monteiro e ainda Luiz Nazareno Lopes e Izaías Menezes Mafra. Não havia moradores no imóvel.

Uma mulher que estava desaparecida após o desabamento, ocorrido ontem, de um prédio de 30 andares em construção em Belém (PA) foi encontrada viva, na manhã deste domingo, em sua casa, de acordo com o governo do Estado.

A técnica de enfermagem Marluce Castro Bacelar trabalhava na obra, mas não foi ao prédio no sábado (29), quando aconteceu a tragédia. O empresário negou ainda que houvesse irregularidades na obra. Ao menos uma mulher morreu no acidente.

Carlos Otávio Lima Paes, que é também engenheiro civil, afirmou que o Real Class, de 34 andares e 60 apartamentos, tinha todas as autorizações necessárias e era alvo de avaliações constantes.

'Não existe absolutamente nada irregular.Todas as etapas foram cumpridas na mais perfeita ordem. [A obra] nunca apresentou nenhum sinal de colapso', diz. A fundação do edifício, possível motivo do desabamento, foi feita por duas empresas terceirizadas pela construtora, segundo Paes.

Ele disse que é impossível, agora, precisar as causas da queda, até serem finalizados laudos técnicos. Moradores do área relatam ter havido um raio e um tremor antes de o Real Class cair, relatou.

Outros prédios construídos pela Real (em seus 27 anos de existência, foram 15) passarão por vistorias, disse. De acordo com o empresário, a construtora está dando apoio médico, psicológico e abrigo para os feridos ou pessoas que tiveram de deixar suas residências próximas ao local.

Mas algumas desses pessoas, que esperavam os donos da Real na saída da entrevista, afirmaram que a ajuda não chegou a eles. 'É mentira. Eles são mentirosos', afirmou, gritando, o advogado Robert Zoghbi, dono de uma das casas que veio abaixo com a queda do prédio. Ele está alojado na casa de parentes.

Segundo Zoghbi, a obra estava 'completamente irregular'. 'Minha casa tinha várias rachaduras [causadas pela obra]. A Justiça negou um laudo emergencial que eu pedi. E eles [construtora] moveram uma ação para que eu construísse uma proteção [contra detritos que caíam do prédio]', disse.

De acordo com o governo do Estado, quase 130 pessoas que moram na vizinhança da obra estão desalojadas e hospedadas em hotéis.

MORTE

O corpo de Maria Raimunda Fonseca dos Santos, 67, foi encontrado na manhã de hoje entre os escombros. Segundo o Corpo de Bombeiros, ela morava em uma das casas vizinhas que foram soterradas.

Na hora do acidente, Maria e o marido estavam em casa. Ele conseguiu sair a tempo, mas ela foi atingida. Uma outra casa --que também foi soterrada-- não havia ninguém. No momento da queda, chovia forte e ventava muito em Belém.

Os promotores Marco Aurélio Nascimento (de Defesa do Consumidor), José Godofredo Santos (Urbanismo) e José Maria Lima (Constitucionais), visitaram o local na manhã de hoje e informaram que o Ministério Público não recebeu denúncia sobre possível problemas estruturais na construção do prédio. A denúncia feita foi sobre o prazo de entrega da obra.

Em visita ao local do acidente, o governador do Pará, Simão Jatene (PSDB), havia dito que moradores tinham denunciado ao Ministério Público supostas irregularidades na obra.

Fonte: Folha de São Paulo

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