23 de agosto de 2010

Tá no Jornal do Dia - 22/08/10


Vergonha: vários atoleiros dificultam tráfego nas rodovias do Amapá

A população amapaense já está acostumada a cobrar do Governo Estadual as condições precárias de tráfego das BR’s 156 (Laranjal do Jarí/Oiapoque) e 210 (Macapá/Aldeia Indígena Waiãpi). Mas a estrada é federal, isto é, de responsabilidade do DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes). Como sempre acontece há vários anos, os recursos são repassados para o Estado que “terceiriza” o serviço. Alguns governos anteriores chegavam a “adiantar” o investimento na esperança de ser ver ressarcido. Uns conseguiram sucesso na empreitada e outros nem tanto. Na verdade, a BR 156 tem longos 65 anos de existência e quase o mesmo tanto de problemas, principalmente no período chuvoso do nosso rigoroso inverno amazônico.


Descaso

De Oiapoque a Terra Indígena do Tukai são 54 quilômetros de rodovia pavimentada em pista dupla, bem sinalizada, mas, já apresentando sinais graves de fadiga da capa selante, com inúmeros buracos, mas no lado da pista onde trafegam as carretas com maior peso. Em pouco mais de dois anos da sua inauguração, se não for tomada nenhuma providência na sua recuperação, a pavimentação poderá ser considerada perdida. Será que vão deixar o asfalto ser totalmente destruído para licitar outros recursos milionários e refazer o trabalho? A nossa bancada federal, em Brasília, nem no tempo da política, está se mexendo para resolver a situação. Os nossos parlamentares da Assembléia Legislativa só acertam o rumo Norte na bússola dos aviões e de vez em quando aterrizam por lá para contratar cabos eleitorais profissionais fortes, visando à reeleição. A Câmara de Vereadores do município, seus membros, cada um parece ter uma dobradiça na coluna cervical que se verga facilmente bastando um pequeno alô de qualquer autoridade que esteja de plantão no poder. E quando a classe política se junta com executivo, então, o povão só leva ferro. Este é o resultado do descaso dos políticos com a nossa longeva BR 156.


Pontos

Bem conferido, depois da aldeia Caripuna do Tukai, até o km 90 (Oiapoque/Macapá), são 20 pontos de atoleiros. São locais baixos, com mata fechada que recebem um grande volume das águas das chuvas que ainda teimam em cair no local. Como houve negligência na manutenção da estrada sem que houvesse as imprescindíveis valas laterais de escoamento, estas se acumulam no fundo das ladeiras e começam a formação dos valões. Guardadas as proporções, parece até a origem de um tornado em plena estrada. Com o amolecimento da base e a passagem de carretas, a cratera é formada em poucas horas. Duas carretas acopladas já são suficientes para iniciar um ponto de atoleiro, sem contar com perigosas erosões que ultrapassam mais de 50% da pista de rolamento. E lá, apenas uma placa a um metro de distância do “abismo”, pronto para ceifar uma ou várias vidas.
Moradores antigos do Oiapoque e do Amapá são testemunhas de tragédias que se abateram sobre famílias, tudo por causa das condições degradantes da estrada. Era hora de vermos um Ministério Público Federal (MPF) atuante que obrigasse através de Ação Civil a reparação da via. Apenas uma caçamba, uma motoniveladora e um rolo compactador faziam parte da “patrulha mecanizada” que estaria pronta para reparar os estragos. Lembrando a saga daqueles troianos no filme 300.


Dificuldades

Na última segunda-feira (16), dezenas de carretas carregadas com materiais da desmontagem da Feira Internacional voltavam para Macapá. E como mais chuvas caíram novos atoleiros se formaram. Basta um carro pesado ou pequeno parado obstruindo o caminho para que dezenas de outros veículos comecem a formar imensas filas de ambos os lados. É lá que os usuários da BR xingam em todas as línguas e de todos os modos a classe política que já deveria ter resolvido o problema há anos. Recomenda-se que nenhum deles apareça por lá, pois, correm o risco de serem atirados na lama. Uma picape ficou atolada. E logo em seguida dezenas de passageiros e motoristas, em mutirão entraram na lama para desobstruir a via. Mais xingamentos e dessa vez pediam ao Jornal do Dia que fosse porta-voz das suas reclamações, menos das palavras impublicáveis que atingiam toda a árvore genealógica da classe política do nosso estado. Está dado o recado!

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