Evangélicos são feitos reféns por ex-detento no Amapá

Saiu ileso o grupo de evangélicos que foi dominado dentro de uma Kombi por um ex-detento no Centro de Macapá, Amapá. Depois de uma hora de negociações, o homem identificado como José Augusto Miranda dos Santos, de 36 anos, libertou os 10 reféns e se entregou à polícia.

A tensa situação iniciou por volta de 21h30, desta terça-feira (12), quando os fiéis saíram do culto no Templo de Adoração Deus é Fiel – da Igreja Pentecostal –, localizado na esquina da Rua Candido Mendes com a Avenida dos Tupinambás (antiga Nações Unidas), no bairro Perpétuo Socorro, e embarcaram no veículo. Como de costume, após o encontro religioso os evangélicos estavam sendo transportados na Kombi até o bairro do Muca, na Zona Sul. Quando o motorista do carro esperava para atravessar um cruzamento próximo à Catedral de São José – da Igreja Católica –, no Centro, o homem armado o surpreendeu e o forçou a abrir a porta do carro. O suspeito parecia estar em fuga.

Após tomar os reféns, o bandido ordenou que o carro seguisse rumo à Zona Oeste da capital. Entretanto diversas testemunhas viram quando ele havia tomado os reféns e acionaram a polícia através do 190. Viaturas do 6º Batalhão da Polícia Militar (PM) não demoraram a localizar a Kombi. Deu-se então início a uma perseguição. Àquela altura, o Batalhão de Operações Especiais (Bope) também já havia sido avisado e entrou em cena. Ajudada por outras equipes do 6º Batalhão, uma guarnição da Ronda Ostensiva Tática Motorizada (Rotam), Companhia do Bope, conseguiu encurralar a Kombi na Rua Paraná – atrás do Hospital São Camilo e São Luis –, já no bairro Santa Rita. Foi quando começaram as negociações.

As conversas com o suspeito passaram a ser conduzidas pelo tenente Oliveira, da Rotam – treinado para gerenciamento de crises. Usando o nome “J. Miranda”, o acusado fez uma série de exigências, que incluíram colete balístico, a presença da imprensa e de um advogado. Com informações do próprio suspeito, a polícia conseguiu localizar a mãe dele – que só concordou em ajudar mediante o anonimato à imprensa. Ela revelou que o filho cumpre uma condenação por roubo e, atualmente, estava em regime aberto.

As negociações evoluíram e, pouco a pouco, “J. Miranda” foi liberando os reféns. Depois de uma hora de conversações, apenas um casal estava em poder do acusado – ele já havia liberado a mulher, mas ela preferiu não deixar o marido e permaneceu dentro da Kombi. Às 22h30, o ex-detento resolveu entregar a arma e liberar os dois últimos reféns. A polícia disse que nenhum dos fiéis foi agredido.

O acusado foi entregue no Centro Integrado de Operações em Segurança Pública (Ciosp) do bairro Pacoval, e em seguida foi transferido ao Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen). Ele vai responder por porte ilegal de arma e sequestro.

Fonte: A Gazeta