Escrito por Fábio Souza*
Há um debate atual e necessário no Amapá sobre como garantir a conexão de Internet de qualidade no estado, comumente conhecida como “banda larga”. Como a BrasNet Online – BNO é a pioneira no ramo, tendo disponibilizado a Internet no Amapá em 1996, gostaria de opinar sobre o assunto.
Para compreender a situação é importante diferenciar a conexão das operadoras com a internet (conhecida como “backbone”) e a conexão destas com os usuários, (denominada “última milha”). Há aproximadamente dez anos, o problema a ser superado era o de última milha, pois a única forma barata de aos lares era através do cabo telefônico das operadoras de telefonia fixa, que tinham limitação física de conexão de 64 Kbps. A superação desse limite foi o divisor de águas entre o que se chamou narrow band (banda estreita), de broad band (banda larga).
No Amapá, terra de contrastes, sempre tivemos a possibilidade real de ativar a última milha com banda de até 50 Mbps no usuário final, ou seja, muito melhor do que a interligação via telefonia fixa. Mas os custos do backbone via satélite impossibilitavam a oferta de serviços a preços competitivos. Um verdadeiro paradoxo: sempre tivemos a possibilidade de entregar bandas muito superiores às que se comercializa no Brasil, mas não conseguíamos preços competitivos no backbone.
A banda ofertada no Amapá sempre foi cara e com qualidade baixa. Portanto, só seria possível atender ao usuário, como nas demais cidades brasileiras, cobrando mensalidades acima de R$ 2 mil, inviabilizando qualquer usuário residencial de comprar o serviço. Essa situação aproximou a BNO da Norte Tecnologia em Comunicação – NTC, fundada em 2005. Juntas iniciaram um projeto alternativo ao backbone via satélite, buscando interligação terrestre.
A primeira etapa deste projeto está sendo concluída. Nesta primeira fase foi criado um backbone terrestre com condições de ampliar a capacidade atual, que possibilitava atender cerca de 3 mil residências, para atender mais de 20 mil. A capacidade que a empresa possuía foi ampliada em quase 30 vezes. Hoje temos como atender, no mínimo, a banda consumida no estado inteiro multiplicada por 5.
É importante ressaltar que esta ligação terrestre é efetuada por meio de rádios de última geração, com redundância para assegurar estabilidade à conexão e com garantia de qualidade similar à interligação via cabo de fibra ótica. Aliás, um dos mitos da banda larga no Amapá é que a sua solução só seria possível via cabo. Há diversas cidades no Brasil, algumas com populações superiores a do Amapá, que são conectadas com banda larga de excelente qualidade via rádio. Cidades como Campinas e Guarulhos, no Estado de São Paulo, que possuem cada uma mais que o dobro de habitantes de todo o Estado do Amapá são interligadas com grandes backbones de rádio.
Foi entregue a primeira fase do projeto. As demais, cujos trabalhos se encontram bastante adiantados, estão sendo executadas para que o Amapá nunca mais fique com seus canais de backbone estrangulados. Esses investimentos são necessários para inserir o estado no contexto nacional, com fortalecimento do setor de infraestrutura de telecomunicações, para que possa atrair empresas e desenvolvimento para nossa gente.
Estamos convictos de que a responsabilidade de trazer a banda larga é nossa. Hoje, realizamos um sonho que vem sendo construído com muito trabalho, por muita gente, e por um longo tempo. Sabemos que é um sonho comum não somente das pessoas que trabalharam direta ou indiretamente neste projeto. Sabemos que é um sonho comum da população do nosso Estado, de ter um serviço digno, respondendo a um direito que cada vez mais se torna imprescindível em nossas vidas: A Internet.
* Fábio Renato Alves de Souza é empresário da BNO em Macapá
14 de abril de 2011
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