Escrito por Nezimar Borges
O senador pelo Amapá José Sarney é tido por analistas em política como uma das figuras proeminente da República brasileira. Porém é interessante ressaltar que embora importante para os diversos governos em diversas épocas, no entanto não traduziu necessariamente a assertiva de ser o mesmo para os brasileiros e muito menos para os amapaenses.
O senador aparece como uma das dez pessoas mais influentes do Congresso Nacional no ano passado, aliás, de certa forma é um político que possui “bom” trânsito entre os governos de plantão desde a década de 90. Além de tudo desempenha papel de relevo entre estes e a parte podre, a mais atrasada e a mais deplorável da política brasileira, atua em nome da tal governabilidade que vez por outra é sinônimo de corrupção e, portanto, nesse caso, há de se reconhecer a importância, aspas, deste senador para a República brasileira.
Mas para o Amapá há sérias controvérsias, senão vejamos: ao passar parte das férias em Belém no final de 2009 senti o que se pode dizer “discriminação política” de uma pessoa consangüínea e outra nem tanto, quando diziam quase com a mesma sincronia “como é que pode vocês elegem este maranhense…?” e “vocês deveriam se envergonhar!” outra não necessariamente nestas palavras “vocês são a vergonha do Brasil!”, sobretudo antes de explicitar-lhes que a esmagadora maioria dos amapaenses comunga das mesmas indignações, haja vista já então havia o prenúncio dos últimos acontecimentos à esquerda volver na política local. Mas algumas destas expressões, no entanto, era pura sátira ao ponto de ser mordaz, enquanto outra apenas gozação com índole alheia.
Contudo costuma se dizer que quanto mais distante do Amapá, proporcionalmente cresce a ojeriza ao povo amapaense por causa do caudilho maranhense, o que ocasiona dizer que eles não nos suportam, sem claro, generalizar.
Em tempo, vejam o que escreve um jornalista do planalto central depois de divagar toda sua eloqüência e hipóstase em artigo que causou perplexidade e protesto na sociedade Tucuju: “Há fatos que corroboram minha total desconfiança sobre a existência física do estado do Amapá. Por exemplo, o Sarney. O Sarney se diz senador pelo Amapá, certo? Mas onde é que ele vive? No maranhão! Se o Amapá existisse, por que o Sarney teria residência fixa no maranhão? Simplesmente porque o Amapá é uma Liliput, uma Terra do nunca, onde só Gulliver e Peter Pan podem chegar.”
Em resumo, o artigo traduz infelizmente a realidade com que muitas pessoas Brasil afora vêem e pensam de forma desfigurada o Estado do Amapá, entretanto é compreensível tanto o repúdio quanto, também, as linhas acima principalmente se se toma o que de fato o senador maranhense representa, não só para o cidadão brasileiro, mas para a classe política em si. E queiramos ou não atinge lamentavelmente o sofrido, acolhedor, hospitaleiro e brioso povo amapaense.
Certamente o que corrobora para serem compreensíveis certos pontos de vistas como a que escreveu o escriba goiano são certas ações nada republicanas da politicalha nacional tão bem representada na figura de Sarney e do seu partido, o PMDB. Já para os amapaenses é só olhar no retrovisor para ver as ações do grupo político capitaneado e comandado pelo oligarca nestes últimos oito anos no qual lançou o Estado do Amapá numa situação de falência sem precedentes em sua recente história.
Não obstante os indicadores sociais amapaense, parelha juntamente com o Estado do Maranhão como os dois piores do país em pesquisa feita pelo Ministério do Trabalho no ano passado, quando confirmou para o Amapá saldo negativo na geração de novos postos de trabalho, enquanto que no resto do Brasil houve crescimento. Isto sem ir aos famigerados indicadores do IDH amapaense nesses últimos anos e os casos de corrupção generalizada em torno dos comandados de Sarney.
Visto que é o senador que se intitula estadista, portanto terá a responsabilidade de se transvestir verdadeiramente como tal e ajudar o Estado amapaense a sair do marasmo que se encontra? Ele em fim de carreira política, quiçá de vida, trará para si o espírito republicano do homem público comprometido, pelo menos uma vez em sua vida, a estender o poder que possui a ajudar o Estado que lhe deu guarida a vinte e quatro anos de vida pública? Até aqui pode se dizer com extrema convicção que o senador maranhense teve alguma importância para este Estado?
Absolutamente, pelo contrário. Afinal o histórico repugnante de suas ações nesses últimos anos é que faz ratificar sua insignificância para o Estado do Amapá e, por fim ainda há esperança que se faça jus ao Estado que espera de um verdadeiro Estadista onde a importância entre aspas seja mero equivoco de escrita.
P.S1.: No início de dezembro passado o governador Camilo Capiberibe esteve no MME e o interino ministro da Pasta, Márcio Zimmermann se postou solidário a ajudar a resolver com sua boa vontade a questão energética do Amapá.
P.S2.: Mês passado o governador voltou ao Ministério da Minas e Energia (pasta que Sarney controla) e, para sua surpresa, o titular Edsom Lobão não o recebeu e sim Zimmermann, este ao contrário da sua boa vontade em dezembro, informou ao governador para que o Estado do Amapá resolva a questão da falida CEA em 15 dias, questão esta que passa pela dívida da empresa junto a Eletronorte de 1,4 bilhão de reais que os aliados de Sarney deixaram nesses últimos oito anos.
PS3.: Pelo visto o senador passa longe de ser um Estadista como auto-lisonjeia nos bastidores. Não se importa com os apagões que o amapaense poderá sofrer doravante.
2 de abril de 2011
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