2 de junho de 2011

Deputados dizem que a saúde pública do Amapá está sucateada

Na manhã desta quinta-feira (2) os membros da Comissão de Saúde e Assistência Social (CAS) da Assembleia Legislativa do Amapá, deputados Manoel Brasil (PRB) e Jaci Amanajás (PPS) fizeram visita ao Hospital de Especialidades Alberto Lima (Hospital Geral), para observar como está à saúde pública do Estado e em que condições funciona o atendimento aos pacientes na unidade.

Os parlamentares observaram que a saúde do Estado é um caos, um gargalo que precisa de medidas urgentes. O hospital Alberto Lima, como único hospital de especialidades público da capital, está com a estrutura comprometida, paredes suja e com mofo, forro desmoronando, infiltrações por todo prédio, ar condicionados arcaicos e com defeito, rede elétrica danificada e insuficiente e equipamentos antigos, que até então, funcionam desde a década de 40, quando o Amapá era Território Federal.

A falta de material hospitalar, remédios e equipamentos dificultam o trabalho de médicos, enfermeiros e auxiliares, sem contar que o mais prejudicado com essa situação é a própria população amapaense, que necessita do serviço.

Muitos dos equipamentos que estão nas dependências do hospital não funcionam por falta de manutenção e uns por está em estado precário, a exemplo do aparelho de colonoscopia (usado para identificar sinais precoces de câncer colo-retal) e o micrótomo (aparelho que faz cortes microscópicos). As áreas de patologia e biopsia estão desde setembro do ano passado desativadas, pelo mesmo problema.

A carência de aparelhos de ultrassonografia e microscópio não atende a demanda, gerando transtornos aos profissionais da saúde e pacientes, que passam árduas horas e dias a espera do exame.

Ao constatar a realidade precária dos equipamentos o deputado Manoel Brasil entrará com requerimento solicitando ao Governo do Estado a compra desses equipamentos, para desafogar as imensas filas que formam no SAME (atendimento ao público interno e externo).

“O prédio está em péssimas condições.Temos que adquirir novos equipamentos, os antigos tem que ficar no museu. O que não pode é a população ficar prejudicada por um serviço que deveria ser prioridade no Estado. Tudo que há no hospital, até os equipamentos, é herança de governos passados. O problema não é só estrutural é também, má gestão”, frisa Manoel Brasil.

Os deputados Manoel Brasil e Jaci Amanajás percorreram as instalações do bloco de ultrassonografia, raio-X, psiquiatria, ambulatório, tomografia, cardiologia e consultório, conversaram com os profissionais sobre as dificuldades e a demanda de atendimento. Segundo os funcionários, somente um único aparelho de ultrassonografia atende cerca de 200 exames por dia. Já a esteira de teste ergométrico não funciona desde fevereiro por problema na rede elétrica.

Durante a visita os deputados foram recebidos pelo diretor da unidade de saúde, Lineu Fagundes, que falou das problemáticas da unidade e dos projetos de ampliação dos blocos de especialidade. Segundo Lineu, tem que se repensar a gestão do hospital. A direção está buscando melhorar o atendimento a saúde pública. “Nosso grande problema é o material e a manutenção dos equipamentos, pois as empresas responsáveis ameaçam suspender o fornecimento e manutenção, por falta de repasse da Secretaria de Saúde do Estado do Amapá (SESA). Hoje a saúde pública está limitada e o que está sendo garantido à população, é o que se tem”, complementa.

O deputado Manoel Brasil ressalta que o problema também é estrutural e arquitetônico. “Perdemos a oportunidade de ter um hospital de base, no km 9. Nos envergonha o contraste da realidade de clínicas particulares comparada aos hospitais públicos e percebemos o quanto precisamos melhorar. Temos que repensar, planejar e fazer acontecer, construir um novo hospital para que possa oferecer um atendimento digno ao cidadão amapaense”, afirma.

O presidente da CAS, deputado Jaci Amanajás, anunciou que a comissão fará uma audiência pública nesse segundo semestre para discutir a saúde do Estado do Amapá. “Vamos visitar as unidades dos municípios do Estado para fiscalizar o setor”, finaliza.

Por Sabryna Miranda/Assessora de Imprensa do Dep. Manoel Brasil

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