2 de março de 2011

Calote de R$ 0,10 pode render R$ 100 por ano aos empresários

Os usuários de transporte coletivo enfrentam mais um problema em relação à qualidade do serviço prestado pelas empresas. Além de pagar uma das passagens de ônibus mais caras do país (R$ 1,90), o macapaense não está tendo o direito de receber o troco. Os cobradores fingem que o valor da passagem é R$ 2,00 e empurram os passageiros catraca a frente sem receber o troco de R$ 0,10.

O passageiro que depende do troco para completar o dinheiro necessário para pagar a volta para casa ou para qualquer outro lugar, acaba passando por situação humilhante. É necessário insistir com a mão estendida como se estivesse esmolando. A doméstica Maria Clara Cardozo justificou as inúmeras vezes em que discutiu com cobradores. “Eles tentaram me enganar não devolvendo meu troco. Eu já não aguento mais fazer papel de ‘barraqueira’ quando o problema não está em mim. Apenas luto pelo meu direito”, frisou.

O cidadão que utiliza quatro conduções perde diariamente R$ 0,40. Em apenas um mês, ele deixa R$ 2,00 para trás. Esse valor sobe para quase R$ 100,00 de prejuízo no final do ano. São valores que para uma família de baixa renda tem grande importância, pois auxilia na alimentação. Muitas vezes as autoridades cabíveis optam pelo arredondamento do preço da passagem para evitar problemas de troco. No caso de Macapá, o problema não está no valor fragmentado da passagem, visto que a situação se repete todos os anos.

A questão foi levada ao conhecimento do Instituto de Defesa do Consumidor (Procon) do Amapá, que assegurou tomada de medidas para acabar com essa prática danosa.“O troco é um direito do passageiro. As empresas devem assegurá-lo. Os consumidores não podem ser lesados. Se cada passageiro perder diariamente R$ 0,10, no final do dia o empresário terá um certo lucro que, na verdade, é fruto do troco não repassado. Estamos atentos a isso”, avisou a diretora presidente Nilza Amaral.

O Procon desenvolve nesses casos medidas educativas e preventivas. “Caso haja insistência no erro, aplicaremos as leis concernentes ao Código de Proteção do Consumidor. Queremos, na verdade, que todos cumpram os deveres e trabalhem na questão dos direitos. Chamaremos os sindicatos para que a gente possa dirimir essa situação do troco”, concluiu Nilza Amaral.

Fonte: A Gazeta

1 comentários:

Rita Santos disse...

Isso é a pura verdade!!!