31 de março de 2011

Venda da CEA a Eletrobrás interessa ao Estado

As declarações do presidente da Eletrobras, José da Costa Carvalho Neto, sobre a possibilidade daquela estatal comprar a Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA) agradaram ao Governo do Estado. Segundo o presidente da companhia, José Ramalho, essa proposta vem sendo defendida pelo governo do Estado e difere do modelo de federalização proposto pelo Ministério das Minas e Energia que transferia toda a dívida da CEA para o Amapá. Já por meio da compra, a Eletrobras converteria o débito aumentando sua participação acionária no capital da companhia amapaense de 0,03% para 46%.

"Acredito que as declarações do presidente da Eletrobras (José da Costa Carvalho) representam uma reação positiva ao nosso posicionamento, pois de forma alguma vamos aceitar a transferência da dívida bilionária da CEA para o Estado", entende Ramalho.

No momento, o governo do Amapá vem discutindo com o governo federal um acordo para resolver a sua situação da CEA, considerada a mais crítica do país entre as empresas do setor. A Companhia Amapaense encontra-se endividada em mais de R$ 1,5 bilhão, sendo boa parte desse débito com a Eletronorte. Em 2007 a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) decretou a caducidade da empresa. A decisão ficou com o Ministério das Minas e Energia (MME) que agora pressiona o Estado no sentido de resolver a situação da estatal.

INTERESSE DA ELETROBRAS

José da Costa Carvalho declarou recentemente a intenção da estatal em comprar "três ou quatro" distribuidoras de energia nos próximos meses. Perguntado se as novas empresas a serem adquiridas seriam no Estado de Roraima, no Amapá e em Goiás, o presidente afirmou que "não está muito longe disso", mas preferiu não afirmar quais são as empresas estudadas, já que os contratos ainda não foram fechados.

"A Eletrobras quer resolver problemas de algumas distribuidoras com má performance e situação financeira. Queremos torná-las empresas de boa qualidade e rentáveis", disse Carvalho.

A CEA é responsável pela distribuição de energia no Estado. Em Roraima, além da Boa Vista Energia, que pertence à Eletrobras, há a estadual Companhia Energética de Roraima (CERR). Em Goiás, além da privada Companhia Hidroelétrica São Patrício (Chesp), o Estado conta com a Celg, onde a Eletrobras já possui uma pequena participação de 0,07% das ações ordinárias, contra 99,7% do governo estadual.

Atualmente, a Eletrobras já conta com seis empresas de distribuição, embora o seu foco de negócio seja a geração e a transmissão de energia elétrica, entrou no negócio de distribuição para resolver problemas estruturais e financeiros de algumas empresas. A companhia detém distribuidoras no Acre, no Amazonas, em Boa Vista (Roraima), em Alagoas, em Rondônia e no Piauí.

Quanto às distribuidoras que já fazem parte do grupo Eletrobras, o resultado financeiro ainda está deixando a desejar, tanto em qualidade, como em retorno econômico-financeiro.

"Se a compra de novas empresas se concretizar, vamos precisar de recursos adicionais, além dos US$ 700 milhões. Mas isso não significa que vai ser concretizado", comentou Carvalho.

Fonte: A Gazeta

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