3 de setembro de 2011

Amapá obtém baixo índice de mortalidade materno/infantil

Matéria veiculada no programa Fantástico do último domingo, 28 de agosto, da Rede Globo de Televisão, mostrou o atual quadro de várias cidades do Norte e Nordeste do Brasil em relação à mortalidade infantil nos hospitais públicos.

Segundo a matéria, na semana passada, a ONU condenou o Brasil por violação dos direitos humanos depois da morte de uma jovem grávida, no Rio de Janeiro. Poucos dias depois, em Belém, uma outra jovem perdeu os filhos gêmeos após ter o atendimento recusado em dois hospitais. E no interior de Pernambuco, a matéria mostrou que existe uma cidade onde os bebês só "podem" nascer entre segunda e quinta-feira.

Metas

O governo brasileiro assinou compromisso com as Nações Unidas com o objetivo de reduzir a mortalidade materno/infantil para 35 em cada 100 mil nascimentos até 2015. Em todo o país ainda morrem cerca de 75 mulheres para cada 100 mil nascimentos.

Avanço

No Amapá, especificamente, este quadro vai na contramão das estatísticas nacionais. Aqui, segundo dados da direção do Hospital da Mulher Mãe Luzia, no período de janeiro a abril de 2011 a Maternidade contabilizou 1.980 partos nascidos vivos, contra 71 óbitos neonatais, ou seja, houve uma redução de 22,8% se comparado ao mesmo período do ano anterior. Quem informa os dados é o chefe do Serviço de Arquivo Médico e Estatística do hospital (Same), João Álvaro de Almeida Costa.

Segundo João Álvaro, foram 26 óbitos em janeiro, 18 em fevereiro, 17 em março e apenas 10 óbitos neonatais em abril, cuja taxa percentual é de 1,9%, bem abaixo do percentual registrada em abril de 2010, que atingiu 5,1%. O número de bebês nascidos vivos neste mesmo período de 2011 foi de 472 em janeiro, 443 em fevereiro, 541 em março e 524 em abril. João afirmou ainda que os números não oscilaram até o fim do mês de julho.

Em 2010 ocorreram 237 óbitos de bebês na Maternidade Mãe Luzia. Desse total, 212 foram neonatais, que envolve bebês com até 28 dias de vida.
A estatística aponta ainda que para cada 100 nascimentos de bebês na Maternidade, são computados 4 óbitos neonatais. Ou seja, aqui no Amapá os números da principal maternidade do Estado mostram que estamos dentro da projeção das Nações Unidas.

Falta cuidados

Os números apontam que em média são realizados entre 25 a 30 partos por dia no Hospital da Mulher. Em média, o HMML realiza até 500 partos por mês.

Só neste primeiro trimestre deste ano, o Hospital Mãe Luzia realizou 1.446 partos. Desse total, conforme estatística, cerca de 600 mulheres não realizaram nenhuma consulta médica na Rede de Atenção Primária antes do parto, o equivalente a 41,42% do total de mulheres atendidas neste período. Álvaro Costa diz que isso incide diretamente nas complicações de parto e até em óbito do bebê.

Por Wagner Cubilla/Sesa

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