3 de setembro de 2010

Senador Papaléo Paes (PSDB-AP) denuncia manipulação de pesquisas eleitorais

O senador amapaense Papaléo Paes/PSDB acendeu o pavio do que pode ser a primeira “bomba” das eleições 2010 no Amapá. Do alto da suprema Tribuna do Senado da República, nesta quarta-feira (01), expôs aos pares um problema que considera recorrente na história da política tucuju: a fábrica de manipulação de resultados de pesquisa na região norte, em específico no Amapá.


O parlamentar, que concorre à reeleição, decidiu denunciar um suposto esquema engendrado por uma empresa terceirizada de Belém, contratada por um tradicional instituto de pesquisa – levando a crer que seja o Ibope, já que foi o único instituto que registrou no TSE duas rodadas de pesquisa. A empresa contratada teria oferecido R$ 1 milhão ao candidato Jorge Amanajás, do seu partido, para manipular os números da pesquisa ao governo e ao Senado, divulgada recentemente pela TV Amapá/Globo.


A empresa terceirizada, então, favoreceria a campanha de Amanajás, da mesma maneira como ocorreu em 2000, quando Papaléo, que concorreu à Prefeitura de Macapá, teria também recebido uma proposta indecorosa de outra contratada por um grande instituto. Lhe foi oferecido R$ 120 mil por uma empresa de Fortaleza/CE. À época, Paes tinha como adversário João Henrique Pimentel, do PSB, que o derrotou nas urnas.


“Em 2000, meu partido foi procurado para pagar uma pesquisa que já tinha sido paga pelo contratante, mas obviamente que negamos. Depois, o resultado de 42% favorável ao PSB e apenas 20% para nós, às vésperas da eleição, teve uma repercussão muito negativa, e acabamos perdendo a disputa”, explicou o senador.


Papaléo disse que não declinou o nome do instituto no Senado por respeito ao Código de Ética daquela casa de leis, e já que também concorre a um cargo eletivo. “Tratei este assunto de maneira bem ética, para depois não me acusarem de particularizar a questão”. Paes afirmou que o presidente do “misterioso” instituto tem uma cópia da gravação da fraude e que este teria prometido divulgar uma nova pesquisa bancada pelo próprio.


“Algumas terceirizadas usam deste artifício apenas com a finalidade de faturar, para fazer safadeza. Chamei a atenção para todos os institutos do país para que saibam com quem estão lidando”. O senador ainda sustentou que os números da recente pesquisa foram considerados “surpreendentes”, pois “das pessoas que já têm seu senador para votar, 34% migraram para os indecisos”.


Papaléo finalizou a entrevista afirmando que a denúncia é grave, pois uma pesquisa eleitoral de grande porte pode alterar amplamente o quadro do contexto eleitoral. Além do malefício aos candidatos que concorrem ao pleito, o próprio instituto pode ter a credibilidade contestada, assim como a justiça eleitoral pode também ser maculada e enxovalhada. “Estas pessoas devem ter respeito conosco, pois considero que a manipulação possa produzir nas eleições um prejuízo irreparável e incalculável a todos”, concluiu.


Por Raul Mareco

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