1 de setembro de 2010

Audiência sobre transporte alternativo não aponta soluções

Apesar de ter anunciado que colocaria vans, kombis e taxis lotação para circular na cidade, criando um sistema alternativo de transporte de passageiros em Macapá, a Empresa Municipal de Transportes Urbanos – EMTU revelou nesta terça-feira (31), durante Audiência Pública na Câmara de Vereadores, que ainda não finalizou os estudos que subsidiarão a apresentação de um projeto viável para o setor.

O representante do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Amapá- SETAP, Antônio Carlos Corrêa, lamentou que a discussão não leve em consideração questões de ordem técnica e operacional. Ele cobrou providências da EMTU com relação à falta de fiscalização do transporte clandestino e disse que falta estudo de viabilidade de linhas e pesquisa de origem e destino para mapear a demanda, capaz de subsidiar a tomada de decisão. “Transporte é coisa séria, não podemos continuar com essa demagogia”, falou.

Outra crítica, dessa vez direcionada à Câmara de Vereadores diz respeito
à concessão de gratuidades. “Recentemente foi aprovado aqui nessa Casa, projeto de lei que concede passe livre para doadores de sangue. Serão 50 vales por mês para 12 mil associados em uma entidade privada. São 600 viagens por ano, para quem vai doar no máximo quatro vezes”, argumentou.

O dirigente do Setap questionou ainda a falta de regulamentação da Comissão de Transporte Escolar, que deveria fiscalizar o benefício da meia passagem. O Sindicato iniciou uma campanha contra o “falso estudante” que continua usufruindo indevidamente do benefício. Em Macapá, cerca de 38% dos passageiros transportados são estudantes, a média nas demais capitais é 25%. O Setap alerta que a prática é crime de falsidade ideológica. “Se a comissão estivesse funcionando poderíamos discutir esses assuntos periodicamente para encontrarmos a melhor solução”.

Antônio Carlos explanou que todos querem a melhoria do Sistema de Transporte de Passageiros, especialmente as empresas de ônibus. “Nós sabemos das deficiências e podemos melhorar, mas para isso precisamos de uma política tarifária. Estamos com a tarifa defasada há dois anos”.

Os próprios estudantes questionaram a capacidade técnica da EMTU. Os presidentes da União Municipal dos Estudantes - UMES, Track Éden e Pedro Filé, da União dos Estudantes Secundaristas do Amapá - UECSA, criticaram a demora na instalação do Conselho Municipal de Transporte e da Comissão de Transporte Escolar. Disseram que estão aguardando desde o início do ano e até agora nenhuma providência havia sido tomada.

O vereador Clécio Luiz (PSOL) disse ter uma posição preliminar contrária à implantação de um novo sistema sem que os atuais problemas sejam resolvidos. Taxistas e mototaxistas manifestaram preocupação com a entrada de vans e kombis, pois prejudicaria ainda mais o já caótico trânsito da cidade. Para o vereador Gian do Nae, o melhor caminho é o micro-ônibus.

Ao final, o presidente da EMTU admitiu as dificuldades de fiscalização e disse estar finalizando um estudo sobre o assunto. Para o Setap, a audiência, embora participativa não contribuiu para esclarecer as dúvidas da população, já que pouquíssima informação técnica foi apresentada.

Fonte: ASCOM/ SETAP

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