17 de dezembro de 2011

No Amapá, a única deputada opositora à verba indenizatória de R$ 100 mil pode perder o cargo

Fonte: Revista Época

Desde o começo do ano, os 24 deputados estaduais do Amapá já eram os campeões nacionais da verba indenizatória. Cada um tinha direito a reembolsos mensais que poderiam totalizar R$ 50 mil. Para a mesa diretora da Assembleia amapaense, porém, esse valor não era suficiente. Em julho, os sete deputados da mesa alargaram o limite das indenizações para R$ 100 mil mensais, cinco vezes mais que o teto paulista, por exemplo. Agora, a única deputada que afirma discordar dessa ampliação pode perder o mandato. Cristina Almeida (PSB) foi notificada para explicar uma declaração dada à TV em que afirma nunca ter recebido o reembolso. Se não convencer os colegas em até 10 dias, sua cassação será votada num processo por quebra de decoro.

A autora do pedido de explicações é a deputada Roseli Matos (DEM). Ele afirma que ficou ofendida com uma declaração de Cristina veiculada no programa CQC, da Band. “Cristina faltou com a verdade quando afirmou que não recebia (a verba indenizatória), dando conotação como se fosse irregular a atitudes dos outros parlamentares que recebem, inclusive eu”.

Cristina nega ter dito ao CQC que não recebe verba indenizatória. “Eu nunca recebi no valor de R$ 100 mil”, diz. “Estão querendo desvirtuar (o que eu disse). A minha crítica sempre foi com relação ao valor da verba indenizatória.” Segundo ela, o maior gasto mensal de seu gabinete foi de R$ 50.020. O menor, de R$ 44 mil. No trecho da entrevista que foi ao ar, editado, a fala de Cristina é interrompida no momento em que ela afirma que não recebeu reembolsos. Procurada, a assessoria da Band disse não ter mais o material bruto da reportagem.

Cristina Almeida é autora de um projeto que reduz a verba indenizatória dos deputados do Amapá para o teto de R$ 30 mil. Ainda assim seria um dos mais altos do país. Perderia apenas para Alagoas (R$ 39 mil) e Maranhão (R$ 32 mil). Ela acredita que seus colegas não aceitarão suas explicações: “A resposta não será acatada, já que o presidente Moisés de Souza (PSC) tem maioria na Casa. Ele prosseguirá num processo de cassação”, diz.

A deputada não é a primeira opositora à verba de R$ 100 mil a receber ameaças no Amapá. Em setembro, o promotor de Justiça Adauto Barbosa, responsável pela Defesa do Patrimônio Público, foi processado pela Assembleia amapaense por declarar a uma rádio local que o objetivo do aumento era atender a “interesses eleitoreiros e pessoais” dos deputados.

4 comentários:

Solange disse...

ISSO É VERGONHOSO, NÃO PODER EXPRESSAR A OPINIÃO CONTRA O PROJETO QUE BENEFICIA A AL, E QUE É UM ULTRAJE AOS ELEITORES DO ESTADO DO AMAPÁ. DEPOIS NÃO TEM DINHEIRO PARA CONSTRUIR ESCOLAS, CIRURGIAS SÃO DESMARCADAS OU SÃO FEITAS COM MATERIAIS DE SEGUNDA CLASSE ISSO SEM FALAR QUE PRA CONSEGUIR FAZER UMA CIRURGIA DE ESPECIALIDADE É NECESSÁRIO ENTRAR NO MINISTÉRIO PÚBLICO PARA CONSEGUIR. SEI NÃO ONDE ISSO VAI PARAR.

Anônimo disse...

Tu é doido, leso, retardado ou o que? ela mentiu, ela usa verba indenizatória. ela mentiu em rede nacional. simples assim. falta de decoro parlamentar

Anônimo disse...

Que pagou o lixo do CQC p/engrandecer politicos da mente arcaica,acorda a midia e maior do que a tempo atrás e o povo está esperto, eu sei disso porque viajo o estado todo sou vendedor,os puxa-saco não passam informações corretas aos seus politicos.

Anônimo disse...

Cristina Almeida já era o sonho de ser prefeita de Macapá o povo do Amapá é inteligente suficiente p/entender as manobras sujas.!!!!!!