3 de dezembro de 2011

Efeito Dilma impulsiona candidaturas femininas na eleição de 2012

Fonte: Portal iG

Os nomes que devem disputar as eleições de 2012 ainda estão sendo definidos pelos partidos, mas ao menos 48 mulheres estão no páreo na corrida pelo comando de 22 das 26 capitais do País. Somente em João Pessoa, Curitiba, Recife e Campo Grande não há nomes femininos na disputa até o momento. "O número de mulheres deve superar o de 2008, ainda mais com a influência da presidenta Dilma Rousseff", diz a cientista política Maria do Socorro Sousa Braga, da Universidade Federal de São Carlos.

Em 2008, 29 candidatas concorreram em capitais brasileiras. No ano que vem, as eleições municipais poderão contar com a participação de ministras, senadoras, deputadas federais e estaduais, além de mulheres e filhas de políticos que consolidaram seus nomes nos principais colégios eleitorais do País.

Em 2008, duas mulheres foram eleitas prefeitas de capitais: Luizianne Lins (PT), reeleita em Fortaleza, e Micarla de Souza (PV), que concorrerá à reeleição em Natal. Em 2012, Micarla pode disputar com outras duas mulheres na cidade: a deputada estadual Gesane Marinho (PSD) e a ex-governadora Wilma de Faria (PSB), que enfrenta acusações de fraude, mas segue no páreo caso a sigla decida lançar candidatura própria.

No ano que vem, ao menos uma ministra do governo Dilma pode deixar a pasta para virar candidata. A ministra Iriny Lopes, da Secretária de Políticas Públicas para as Mulheres, é cotada para disputar a Prefeitura de Vitória (ES) pelo PT, partido que comanda a administração municipal.

Já a ministra Maria do Rosário, da Secretaria dos Direitos Humanos, anunciou que não será candidata do PT em Porto Alegre. Se fosse disputar, Rosário enfrentaria na capital gaúcha a deputada federal Manuela D’Ávila (PCdoB), que aparece na liderança em pesquisas de intenção de voto. "O grande aumento de participação é no Executivo (...) Já no Legislativo, tivemos um aumento residual. Isso revela os limites, a real face para a mulher ocupar espaço de poder", disse Manuela ao iG.

Não é em todos os casos, contudo, que a influência de Dilma joga a favor de uma candidatura feminina. Depois da intervenção da presidenta, num esforço conjunto com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a senadora Marta Suplicy (PT) retirou-se da disputa pela Prefeitura de São Paulo. Mesmo com a desistência da petista, duas mulheres podem entrar na corrida eleitoral na capital paulista. Pelo PSB, a deputada federal Luiza Erundina pode ser lançada, caso o partido opte por candidatura própria. Além disso, o PPS lançou a pré-candidatura da ex-vereadora Soninha Francine, que em 2008 obteve 4,2% dos votos.

Negócio de família

Com ou sem experiência no Executivo e no Legislativo, mulheres e filhas de políticos de projeção nacional devem pegar carona no ativo eleitoral da família para disputar vagas na corrida de 2012 em diversas capitais. No Rio, o PR de Antony Garotinho articula chapa com o DEM para emplacar como candidata a vice-prefeita a deputada estadual Clarissa Garotinho, filha do ex-governador que já ocupou também uma cadeira na Câmara Municipal.

"O início do meu mandato como vereadora foi um momento difícil. Isso porque era mulher num ambiente predominantemente machista. Segundo, era a mais nova. Terceiro, tinha de provar que eu não estava ali só porque era filha dois ex-governadores", contou Clarissa ao iG. A chapa de Clarissa deverá enfrentar a vereadora Andréa Gouvêa (PSDB), que ameaçou deixar a sigla caso não fosse candidata e deverá disputar a prefeitura.

No Piauí, a mulher do senador Wellington Dias (PT-PI), a deputada estadual Rejane Dias, é cotada como pré-candidata do PT em Teresina. Ainda na capitau do Piauí, a mulher do governador Wilson Martins, a ex-deputada Lilia Martins, é uma opção do PSB caso o partido opte por candidatura própria. Herdeira da família Lyra, a vice-prefeita Lourdinha Lyra pode ser apresentada pelo PSD em Maceió, capital alagoana, caso o deputado federal João Lyra (ex-PP) não concorra.

Mulher do deputado federal Esperidião Amin, a ex-deputada Ângela Amin, pode concorrer em Florianópolis, capital catarinense, embora o PP não confirme a informação. Outra Ângela poderá ser candidata na cidade: Ângela Albino (PCdoB), terceira colocada nas pesquisas de intenção de voto.

Filha do senador licenciado pelo Tocantins, João Ribeiro, a deputada estadual Luana Ribeiro pode ser apresentada pelo PR em Palmas. O partido também poderá optar pelo nome da ex-prefeita e deputada federal Nilmar Ruiz. Na capital, o PMDB, partido que comanda a prefeitura, cogita a candidatura da ex-primeira-dama do Estado Dulce Miranda, mulher do ex-governador Marcelo Miranda. E o PDT estuda lançar a mulher do deputado Ângelo Agnolin, Edna Agnolin, a prefeita de Palmas.

Outra ex-primeira-dama é cotada como candidata. A mulher do ex-governador do Amapá Waldez Góes, Marília Góes, que chegou a ser presa por fraude em setembro de 2010, pode ser o nome do PDT na disputa em Macapá. Na cidade, o PSB deve apresentar a deputada estadual Cristina Almeida e o PT ainda define se apresentará a deputada federal Dalva Figueiredo, que ficou em quarto lugar na corrida municipal em 2008.

Filha do ex-deputado federal Francisco Garcia, a deputada federal Rebeca Garcia pode ser lançada pelo PP em Manaus, no Amazonas. Em Boa Vista, Roraima, a ex-mulher do senador Romero Jucá, a deputada federal Tereza Surita (PMDB), também demonstra interesse em se candidatar. Na cidade, a ex-deputada federal Maria Helena Veronese poderá ser candidata pelo PSB e o PP pode lançar a vice-prefeita Suely Campos.

Do Congresso às capitais

Além de Luiza Erundina e Manuela D’Ávila, outras deputadas federais podem deixar Brasília para concorrer em 2012. O PCdoB lançou a pré-candidatura da deputada federal Alice Portugal na capital baiana. Em Fortaleza, a deputada federal Gorete Pereira (PR) tem chances de ser lançada. Em Rio Branco, o PCdoB ensaia apresentar o nome da deputada federal Perpétua Almeida para a prefeitura e o PSC pode lançar a deputada federal Antônia Lúcia. A deputada federal Rosinha da Adefal (PTdoB) é pré-candidata em Maceió e pode disputar o cargo com a ex-secretária do Trabalho de Alagoas Nadja Baía (PPS).

Três senadoras têm chances de disputar o comando de capitais. Em Salvador, o PSB aponta o nome da senadora Lidice da Mata. Em Manaus, duas mulheres têm nomes ventilados para concorrer à prefeitura, ambas do PCdoB: a senadora Vanessa Grazziotin e a vereadora Lúcia Antony. Em Boa Vista, Roraima, o PT ainda tenta convencer a senadora Ângela Portela a se candidatar, mas ela tem dito que não abre mão de seu mandato de oito anos.

Duas ex-senadoras também tentam vaga como candidatas. A ex-senadora Fátima Cleide é cotada pelo PT para disputar a Prefeitura de Porto Velho, em Rondônia. Outro nome cotado pelo partido na cidade é o da deputada estadual e presidenta regional da sigla, Epifânia Barbosa. Tanto Fátima como Epifânia terão o apoio do atual prefeito, Roberto Sobrinho, do PT. Em Cuiabá, Mato Grosso, a ex-senadora Serys Slhessarenko pode ser lançada pelo PT, que chegou a recomendar sua desfiliação. Na cidade, o PCdoB pode lançar à prefeitura ou à vice a ex-candidata a deputada federal Ana Flávia.

Referências nos Estados

Deputadas estaduais podem virar candidatas no Rio e em Belo Horizonte. Na capital fluminense, o PV pode lançar a deputada estadual Aspásia Camargo. Na capital mineira, o PPS pode apresentar a candidatura da deputada estadual Luzia Ferreira.

Em São Luís, o PPS pode lançar candidatura própria com a deputada estadual Eliziane Gama. Em Aracaju, o PCdoB, partido do prefeito Edvaldo Nogueira, cogita o nome da secretária de Governo Tânia Soares. Já o PT avalia lançar a deputada estadual Ana Lúcia Vieira. Na capital cearense, parte do diretório do PSB apoia a candidatura da deputada estadual Eliane Novais. Em Belém, o PTB pode lançar a presidenta da companhia de trânsito de Belém e da Guarda Municipal, Elen Margareth. Em Goiânia, o PCB deve lançar o nome de Marta Jane, candidata ao governo de Goiás em 2010.

Veja as mulheres que podem ser candidatas na capital do seu Estado:

Rio Branco, AC: Perpétua Almeida (PCdoB) e Antônia Lúcia (PSC)
Maceió, AL: Nadja Baía (PPS), Lourdinha Lyra (PSD) e Rosinha de Adefal (PTdoB)
Macapá, AP: Dalva Figueiredo (PT), Cristina Almeida (PSB) e Marília Góes (PDT)
Manaus, AM: Vanessa Grazziotin (PCdoB), Lúcia Antony (PCdoB) e Rebeca Garcia (PP)
Salvador, BA: Lidice da Mata (PSB) e Alice Portugal (PCdoB)
Fortaleza, CE: Eliane Novais (PSB) e Gorete Pereira (PR)
Vitória, ES: Iriny Lopes (PT)
Goiânia, GO: Marta Jane (PCB)
São Luis, MA: Eliziane Gama (PPS)
Cuiabá, MT: Serys Slhessarenko (PT), Ana Flávia (PCdoB)
Campo Grande, MS: não há mulheres na disputa até o momento
Belo Horizonte, MG: Luzia Ferreira (PPS)
Belém, PA: Elen Margareth (PTB)
João Pessoa, PB: não há mulheres na disputa até o momento
Curitiba, PR: não há mulheres na disputa até o momento
Recife, PE: não há mulheres na disputa até o momento
Teresina, PI: Lilia Martins (PSB), Lourdinha Lyra (PSD) e Rejane Dias (PT)
Rio de Janeiro, RJ: Andréa Gouvêa (PSDB), Aspásia Camargo (PV) e Clarissa Garotinho (PR)
Natal, RN: Wilma de Faria (PSB), Micarla de Souza (PV) e Gesane Marinho (PSD)
Porto Alegre, RS: Maria do Rosário (PT) e Manuela D’Ávila (PCdoB)
Porto Velho, RO: Epifânia Barbosa (PT) e Fatima Cleide (PT)
Boa Vista, RR: Ângela Portela (PT), Maria Helena Veronese (PSB), Tereza Surita (PMDB) e Suely Campos (PP)
Florianópolis, SC: Ângela Albino (PCdoB) e Ângela Amim (PP)
São Paulo, SP: Soninha Francine (PPS) e Luiza Erundina (PSB)
Aracajú, SE: Tânia Soares (PCdoB) e Ana Lúcia Vieira (PT)
Palmas, TO: Edna Agnolin (PDT), Dulce Miranda (PMDB), Nilmar Ruiz (PR) e Luana Ribeiro (PR)

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