10 de dezembro de 2010

Número de idosos analfabetos cresce 12% no Brasil

O número de brasileiros analfabetos com 65 anos ou mais aumentou cerca de 12% de 2004 a 2009. O levantamento "Evolução do analfabetismo e do analfabetismo funcional no Brasil” foi apresentado nesta quinta-feira (9) pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), com base nos dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2009), e mostrou ainda que o analfabetismo no país tem sido reduzido de forma lenta.

Ainda de acordo com o documento, o aumento de 490 mil analfabetos com 65 anos ou mais se deve à pouca inserção destas pessoas nos programas de alfabetização de adultos e à baixa efetividade desses programas. O número também está relacionado com a migração de analfabetos vindos da faixa etária anterior.

Entre os brasileiros com 15 anos ou mais, o estudo também registrou queda – ainda que tímida - da taxa de analfabetos, saindo de 11,5% para 9,7%. Em termos absolutos, 1 milhão de pessoas em todas as regiões do país deixaram o analfabetismo para trás.

Em comparação com outros países, o Brasil – que possui a quinta maior população do mundo – ocupa a oitava posição em número absoluto de analfabetos, com cerca de 14 milhões de pessoas. O país cai para a 10ª colocação quanto à taxa de analfabetismo, atualmente na ordem de 10%.

Regiões

O estudo detectou ainda que a região Nordeste concentra 52% dos analfabetos com 15 anos ou mais, taxa que representa o dobro da média nacional e 3,4 vezes a região Sul, dona da menor quantidade relativa de analfabetos.

Amapá e Roraima desempenharam um bom trabalho de alfabetização de 2004 a 2009 e conseguiram reduzir a incidência em 65% e 35% respectivamente. Com isso, suas taxas passaram a figurar entre as mais baixas do Brasil, especialmente a do Amapá (2,8%), a menor de todo país, seguida pelo Distrito Federal (3,4%) e pelo Rio de Janeiro (4,0%).

Analfabetismo Funcional

O Brasil registrou queda de 1,5 milhão de analfabetos funcionais de 2004 a 2009, segundo o estudo. As reduções mais expressivas ocorreram nas regiões Norte e Nordeste, porém os Estados do Norte do país ainda têm a maior taxa (12,6%). O Sudeste tem o menor índice, com 9,6% de analfabetos funcionais.

O analfabetismo funcional é operacionalmente definido como nível de escolaridade inferior a quatro anos. Porém habilidades de leitura, escrita e, principalmente, a capacidade de interpretar textos e de raciocinar matematicamente podem ser levados em conta.

QUADRO COMPLETO

Analfabetos

2004

2009

Variação % Analfabetos

Brasil

15.161.149

14.104.984

7,00

Norte

1.196.647

1.135.639

5,10

Rondônia

108.139

109.605

1,40

Acre

68.733

72.475

5,40

Amazonas

175.136

167.026

4,60

Roraima

24.901

19.231

22,80

Pará

644.264

627.841

2,50

Amapá

29.027

12.309

57,60

Tocantins

1.46.447

127.152

13,20

Nordeste

8.020.632

7.361.435

8,20

Maranhão

933.601

855.307

8,40

Piauí

588.133

543.201

7,60

Ceará

1.224.391

1.158.695

5,40

Rio Grande do Norte

482.407

436.909

9,40

Paraíba

650.092

608.840

6,30

Pernambuco

1.263.697

1.143.566

9,50

Alagoas

604.908

562.047

7,10

Sergipe

265.288

245.800

7,30

Bahia

2.008.115

1.807.070

10,00

Sudeste

3.835.663

3.583.696

6,60

Minas Gerais

1.395.177

1.324.593

5,10

Espírito Santo

230.353

225.156

2,30

Rio de Janeiro

571.845

501.370

12,30

São Paulo

1.638.288

1.532.577

6,50

Sul

1.254.950

1.184.644

5,60

Paraná

603.354

551.196

8,60

Santa Catarina

208.874

238.213

14,00

Rio Grande do Sul

442.722

395.235

10,70

Centro-Oeste

853.257

839.570

1,60

Mato Grosso do Sul

153.865

155.005

0,70

Mato Grosso

199.573

231.938

16,20

Goiás

428.964

384.867

10,30

Distrito Federal

70.855

67.760

4,40

Fonte: O Estado de S. Paulo

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