15 de agosto de 2011

Suspeito no caso do Turismo diz a juiz que não conseguiu pagar fiança

Por Débora Santos
Do G1, em Macapá

O pastor e dono da Cooperativa de Negócios e Consultoria Turística (Conectur), Wladimir Furtado, esteve na tarde de hoje (15) na sede da Justiça Federal em Macapá (AP) e informou que não conseguiu arrecadar o necessário para pagar a fiança de R$ 109 mil. Ele disse que, com a ajuda de amigos, familiares e fieis da igreja, conseguiu obter R$ 16,2 mil.

Furtado era um dos 36 presos da Operação Voucher, da Polícia Federal, que investigou desvio de recursos públicos no Ministério do Turismo. Todos os detidos foram libertados. Furtado saiu da prisão no último sábado (13), mediante pagamento de fiança.

O cheque emitido no final de semana para o pagamento da fiança não tinha fundos. Ele tinha prazo até esta segunda para obter o dinheiro. Furtado chegou a fazer um apelo, em rádios e em uma TV local, pedindo ajuda. "Eu queria pedir ajuda, a quem puder ajudar, que deposite. A gente vai devolver assim que dispusermos do nosso patrimônio", afirmou em um programa de TV.

O juiz Mauro Henrique Vieira vai decidir se Wladimir Furtado voltará para a prisão. Mas o advogado dele, Maurício Pereira, afirmou que, após conversa com o juiz, o prazo para pagamento deverá ser prorrogado para sexta-feira.

O advogado apresentou ao juiz um pedido de redução do valor da fiança para “patamares suportáveis”, de acordo com a capacidade financeira de seu cliente. A defesa propôs ainda substituir o pagamento da fiança por uma medida cautelar, pela qual a cooperativa presidida por Furtado ficaria proibida de prestar serviços e firmar contratos com a União.

Relatório

A Diretoria da 1ª Vara Criminal da Justiça Federal de Macapá informou que o juiz Mauro Henrique Vieira deverá aguardar o relatório do procurador da República Celso Leal para se pronunciar sobre o caso de desvio de verbas do Ministério do Turismo no Amapá.

Quando receber o relatório, o juiz deverá decidir se remeterá o caso para o Supremo Tribunal Federal, na hipótese de entender que há indícios de envolvimento da deputada federal Fátima Pelaes (PMDB-AP). Segundo a Constituição, somente o Supremo Tribunal Federal tem competência para julgar deputados federais e senadores.

Fátima Pelaes foi apontada por alguns dos presos, em depoimentos, como beneficiária de dinheiro desviado de emenda parlamentar apresentada pela própria deputada para treinamento de agentes de turismo no Amapá. Ela nega as acusações.

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