11 de fevereiro de 2012

Policiais amapaenses podem aderir à paralisação nacional

O presidente da Associação dos Servidores Militares do Amapá (Asmeap), tenente PM Álvaro Júnior, afirmou ontem, 10, durante entrevista, que o estado pode, sim, aderir ao movimento nacional de paralisação iniciado no dia 31 de janeiro pela polícia da Bahia. Porém, o oficial declarou que apesar de existir a possibilidade, a negociação em mesa redonda com o governo do estado está adiantada no sentido da revisão salarial ser concedida.

"O governador abriu uma mesa de negociação e os secretários da Seplan e Sead tem se mostrado dispostos a resolver essa questão. Claro que um movimento como este fortalece a categoria a cobrar maior empenho por parte dos governos e parlamentares. Mas, no nosso caso estamos dispostos ao diálogo. Não queremos que a sociedade sofra as consequências de algo que é dever dos estados e da própria União solucionar" relatou.

Álvaro Júnior lembrou que o foco principal da paralisação é a votação, pela Câmara, da PEC 300/2008 - proposta de emenda à Constituição (PEC) que fixa um piso salarial nacional para policiais e bombeiros. A demora no exame da matéria pela Câmara é um dos fatores que levaram os policiais a pressionar os parlamentares e, por conseguinte, os estados a cobrar a votação do piso.

No caso do Amapá, os policiais e bombeiros militares iniciaram em abril do ano passado um processo de negociação com o governo estadual reivindicando uma equiparação salarial igual a dos servidores federais. "Isso ainda não é o ideal, mas já é um excelente avanço. Estamos otimistas que isso ocorra. É bom lembrar que o Amapá já teve o 3º melhor salário do país, o que acabou sendo corroído pela inflação e o não reajuste que perdura até hoje" explanou.

Um soldado em início de carreira ganha no estado R$ 2.027,00 (valor bruto). Com os descontos ele recebe o vencimento líquido igual a R$ 1.800,00. Entre outras reivindicações dos militares amapaenses está o auxílio fardamento. "Em 2005 uma lei transferiu para o policial a responsabilidade de adquirir o uniforme. O estado nos indeniza, mas o valor pago é de R$ 804,00. Pela atual proposta esse valor deveria ser dobrado. O valor real para se comprar dois fardamentos completos ficaria em R$ 2.271,00" exemplifica.

O presidente da Asmeap ainda citou o abono interiorização que é no valor de R$ 300,00, por exemplo, para um militar que é destacado para um batalhão em Oiapoque. Outra luta dos servidores é quanto ao pagamento de diárias acumuladas desde o ano de 2003 que, somadas, chegam ao quantitativo de R$ 2,5 milhões.

Fonte: Diário do Amapá

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