7 de outubro de 2011

Árbitro que recebeu cheque sem fundos faz cobrança

Vítima do cheque sem fundo do Trem (AP), que ficou devendo R$ 1.800 da taxa de arbitragem na partida contra o Sampaio Corrêa, pela Série D, o árbitro cearense Avelar Rodrigo da Silva encara com bom humor a situação, apesar de esperar uma solução mais breve possível para o calote. Em entrevista ao LANCENET!, Avelar deu mais detalhes sobre a situação inusitada, que está tendo desdobramentos no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD).

- É a primeira vez que isso acontece comigo. Foi uma surpresa quando fui descontar o cheque dois dias depois ele voltou. É incrível um clube que disputa a Série D (NR: bicampeão estadual) não ter dinheiro para pagar a arbitragem. Ainda mais quando isso acontece em um país pentacampeão do mundo. Tentei depositar de novo no dia 21 e o cheque voltou. Aí eu acionei a Federação, que repassou o caso para o STJD – afirmou o árbitro, que explicou ainda qual seria o destino do dinheiro.

- Paguei as despesas do próprio bolso. Agora estou no aguardo da solução. Daqueles R$ 1.800, R$ 1.504 iriam só para pagar as passagens do trecho Fortaleza-Macapá. O restante seria para pagar uma diária e meia do hotel, alimentação e táxi. Até brincamos no vestiário que o episódio aconteceu justamente no 11 de setembro – comentou Rodrigo, que confessou "namorar" o cheque durante a entrevista.

Do total da taxa de arbitragem, o Trem pagou R$ 400 a Avelar, deixando os auxiliares a ver navios. Mas o árbitro fez questão de ressaltar que só aceitou porque teve o aval dos companheiros.

- Só aceitei os R$ 400 porque os auxiliares, que eram da casa, falaram que eu poderia pegar, sem dividir, já que eu era o único que tinha vindo de fora. Alguns da imprensa daqui disseram que eu fui individualista. Mas não tem nada disso – disse, pedindo uma solução rápida ao caso. Afinal...

- Dezembro tá chegando, né?

O LANCENET! tentou contato com a presidente do Trem, Socorro Marinho. Mas ela não atendeu. O clube é reincidente no assunto calote. Nesta mesma Série D, o time amapaense deixou de pagar o árbitro Wladierisson Silva Oliveira, que atuou contra o Comercial-PI. O débito só foi quitado dez dias depois.

- Pelo menos ele recebeu – comentou Avelar, que lembrou da história quando conversava com o LNET!.

Pelo atraso, o Trem foi condenado pelo STJD a pagar R$ 250 de multa e vai ter de pagar a dívida até o dia 13 de outubro. A Associação Nacional dos Árbitros de Futebol (ANAF) se solidarizou a Avelar Rodrigo e protocolou um ação ao Tribunal pedindo solução ao caso.

Fonte: LANCENET

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