Um vídeo de seis minutos que um morador de São Paulo espera 2 minutos para carregar, um morador de Macapá demora, em média, 1 hora para assistir. Triste, não? Super! O argumento para a lentidão na conexão é falta da banda larga no Estado. Mas o que não se sabe e nem os órgãos responsáveis divulgam, é que em Macapá já existe banda larga. O que é errado é o conceito no qual é conhecido atualmente.
Macapá possui dois tipos de conexão: terrestre e satelital. As terrestres são as de rádio e fibra ótica – esta última ainda não disponível no Amapá - , por exemplo. A satelital é transmitida através de satélites, no qual a transmissão é feita de modo Bidirecional. Detalhe: os dois tipos são banda larga.
Mito ou verdade?
Alguém já perguntou a você qual a velocidade da sua internet? E você, meio de lado, responde: - 100kbps... O que muita gente não sabe é que a velocidade da internet não se mede pela quantidade de kbps, mas sim pelo tamanho da banda.
Em meados de 1996, existia no Amapá apenas banda estreita, que permitia a troca de informações a partir de 9 kbps. Em 2000, a banda passou a ser larga, com uma conexão acima de 128kbps. Hoje, já é possível ter em casa e nas empresas 2mbps tranquilamente.
Imagine duas estradas, uma duplicada e outra de mão dupla simples. Onde trânsito flui melhor? Assim é a velocidade da internet, quanto mais larga for a banda, mais mega bits conseguirá passar no fluxo.
É lenta por quê?
Para a internet chegar em Macapá, foi preciso puxar o Backbone (em português, espinha dorsal ou rede de transporte), espécie de ponto de transporte da conexão. Eles podem ter ligação intercontinental, internacional e nacional. A partir da ligação nacional, empresas criam pontos de acesso de internet. O problema está justamente nesses pontos. Em grandes cidades, existem mais pontos de acesso disponíveis que em regiões mais distantes. A quantidade de empresas que comercializa a conexão de banda larga também é maior. Isso afeta diretamente em um só lugar: no bolso do consumidor que mora em cidades afastadas dos grandes conglomerados urbanos.
Valor elevado
O Estado do Amapá não tem internet rápida com tarifas atraentes por conta do alto custo do investimento. O valor pago para as empresas detentoras do backbone é elevado, o que acaba encarecendo para o consumidor final.
A rede de transporte de internet sai de São Paulo e vai até Belém. Quanto mais longe das grandes cidades, mais cara fica a instalação da rede. Quando chega em Macapá, a elevação dos preços torna-se inevitável.
O Governo Federal lançou em maio de 2010 o Plano Nacional de Banda Larga, que tem como meta levar internet em alta velocidade para cerca de 30 milhões de assinantes até 2014. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) disponibilizou em torno de R$ 6,5 bilhões para a realização do projeto. O intuito é fomentar a aceleração econômica e social, ligar digitalmente todas as regiões do país, facilitar o acesso às informações relacionadas ao Estado e a inclusão digital.
O Ministério das Comunicações fez um levantamento e descobriu que dos 5.564 municípios brasileiros, apenas cerca de 200 cidades, próximas às grandes capitais, possuem acesso por banda larga. A Telebrás ficou responsável pela viabilização junto às operadoras de internet a implantação da BL em todas as regiões do Brasil a R$39,90.
Fábio Renato Souza, sócio-diretor da Você Telecom, diz que o grande desafio é redução dos custos. “O Amapá já possui banda larga. O problema é o preço. Temos que conseguir baixar o preço da banda larga. Com o PNBL será possível oferecer internet com preços acessíveis”, ressalta.
Lembra do Backbone? Com o PNBL, será possível pagar por preços mais reduzidos pelas redes de transportes, motivo do alto custo de banda larga no Estado. Enquanto isso, deixe seu arquivo baixando e vá fazer o almoço de domingo.
Fonte: Jornal do Dia/Jackeline carvalho
30 de janeiro de 2012
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