Por Ricardo Santos
Nos últimos dias o que mais se ouve falar nas redes sociais no Amapá é do tal governo paralelo, mas afinal, o que é isso? Num resumo é um gabinete alternativo ao governo, cujos membros são a "sombra" ou o equivalente de cada integrante deste. Ele já foi praticado em vários países, como Reino Unido, Canadá, e até mesmo no Brasil. A história conta que com a eleição de Fernando Collor de Mello, em 1989, instalou-se em certos círculos políticos suficiente grau de insatisfação para o anúncio em 1990 do tal "governo paralelo", com a participação do agrônomo José Gomes da Silva e de membros do Partido dos Trabalhadores, que fundaram o Instituto Cidadania. E a partir de 1992 o governo paralelo passou a ter entre seus conselheiros Luiz Inácio Lula da Silva, que mais tarde foi eleito presidente do Brasil.
Desculpem o rodeio, mas para escrever este artigo foi necessário recorrer a história, com a ajuda do google, para entendermos melhor o que se passa em nosso longínquo Amapá. Para então chegarmos a conclusão que, como diz a nossa ilustríssima vice-prefeita Helena Guerra, uma coisa é uma coisa e a outra coisa é outra coisa.
Se não vejamos, nos lugares onde surgiu esse tal governo, as pessoas que estavam a frente dele, eram, até onde se sabia, de uma índole ilibada, ou seja, tinham moral para fiscalizar e exigir algo do governo oficial e o objetivo era contribuir para o desenvolvimento e não provocar a estagnação e o medo.
Mas o que tem esses ilustres senhores que fazem parte do tal governo paralelo, ou o apoiam, a oferecer para a sociedade amapaense? Gilvam Borges: usurpou dois mandatos de senadores e não há nada nos anais da história que indique um trabalho relevante em prol do Amapá e outras coisas mais. Pedro Paulo, Waldez, Marília, Roberto Góes. Em comum têm o fato de terem sido presos pela operação Mãos Limpas que causou prejuízo ao Amapá acima de um bilhão de reais.
Poderia passar varias laudas escrevendo a ficha de cada um deles. Mas para resumir por que o governo paralelo não foi criado antes? Será que em 2008, 2009 e 2010 não ocorreu anda de errado neste Estado? Porque o ex-senador Gilvam Borges ficou calado diante da operação Mãos Limpas? Será que esses senhores querem testar nossa inteligência? Será que ao contrário do que dizem querem aplicar o golpe e tirar na marra o governador Camilo Capiberibe do poder? O que eles querem afinal?
Num estado democrático todos são livres para fiscalizar, criar seja o que for. E isso é importante. Afinal foi justamente o silêncio deles que arruinou o Amapá, nos transformando em vergonha nacional.
Mas a verdade é que o governo paralelo não trabalha em prol do Amapá. Eles legislam em causa própria. E como Gilvam Borges gosta de metáforas posso dizer então que não se pode deixar um lobo cuidar do galinheiro. E neste caso não se trata apenas de um lobo, mas sim de uma matilha, que durante anos mamou nas tetas do Amapá.
3 de janeiro de 2012
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