Mesmo com uma economia lastreada no contracheque do funcionalismo público, o Amapá possui 479 milionários e ocupa a 17ª posição no ranking da riqueza nacional. Com esses números, o Amapá supera a todos os estados da Região Norte, segundo dados divulgados pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) sobre o mercado de "private banking". O estudo realizado pelo Haliwellbank avaliou a evolução entre 2003 e 2010 e mostra que houve um salto de 11% no número de brasileiros de alta renda para 63.224 pessoas, que investiram R$ 371 bilhões, em 2010.
A pesquisa coordenada pelo consultor Emerson de Pieri não explica as razões de o Amapá, com seus 479 milionários, estar à frente dos demais estados do Norte, principalmente os dois considerados mais ricos da região: o Pará, com 182, e o Amazonas com 399 milionários. Sem agronegócio consolidado como no Centro-Oeste, ou uma indústria desenvolvida como no Sul e Sudeste, o Amapá supera, inclusive, os estados nordestinos de Sergipe, com 434 milionários, Rio Grande do Norte, com 427, a Paraíba, com 252 e o Piauí, com 224.
As últimas posições do ranking da riqueza são ocupadas por quatro estados da Região Norte: o Tocantins, com apenas 70 milionários, seguido do Acre com 35, Rondônia com 32, e o Roraima, na lanterna, com 28 milionários.
SP alavanca locomotiva financeira do Sudeste
O campeão do mapa da riqueza é o estado de São Paulo, com 63.398 milionários brasileiros. O segundo colocado é o Rio de Janeiro com 2.727 milionários, uma diferença gritante da locomotiva paulista. Em grosso modo, São Paulo tem 3 vezes mais milionários do que o Rio de Janeiro. O terceiro no ranking é Minas Gerais, com 7.980 milionários, o que, por sua vez, é quase 3 vezes menor do que o Rio de Janeiro. Porém, os três primeiros consolidam o Sudeste como região mais rica do país.
A região Sul também foi confirmada como a segunda mais rica do Brasil. O Rio Grande do Sul é o quarto do país, 7.812 milionários, o Paraná é o quinto com 7.329 milionários e Santa Catarina é o sexto com 4.123 milionários. O Distrito Federal é o sétimo, com 2.800 milionários e o oitavo é a Bahia, o primeiro do Nordeste, com 2.471 milionários. Goiás é nono com 2.233 e Pernambuco é o décimo com 1.743 milionários, sendo o segundo estado do Nordeste.
O décimo primeiro é o Espírito Santo, com 1.575 milionários, fechando a região Sudeste, que concentra 93.680 milionários enquanto a região Sul possui 19.264. Comparativamente, a região Sudeste tem uma taxa de 23.420 milionários per capita e a região Sul, 6.421 milionários per capita.
O décimo segundo estado é o Mato Grosso, com 1.435 milionários, sendo o primeiro da região Centro-Oeste. Em seguida vem o Ceará, com 1.309 e o décimo quarto o Mato Grosso do Sul, com 1.211 milionários. Na sequencia, o estado de Alagoas, com 658 milionários. Em décimo sexto está o Maranhão, com 504 milionários, à frente do Amapá, citado no início da reportagem, com 479 milionários.
A conclusão mais impressionante do estudo aponta que São Paulo, com 63.398, tem quase o mesmo número de milionários somados do resto do Brasil inteiro, que é de 64.894. A pesquisa também mostrou que, entre 2003 e 2010, Santa Catarina foi o estado que mais cresceu em número de milionários com 76%, seguido do Espírito Santo (61%) e do Rio Grande do Norte (55%).
Outro fator avaliado pela pesquisa indica que há dez estados com fortunas acima de R$ 50 milhões. Destes, quatro são do Sudeste: São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo; dois do Sul, Rio Grande do Sul e Santa Catarina; dois do Nordeste, Pernambuco e Ceará; um do Norte, Pará; e um do Centro-Oeste, Mato Grosso do Sul.
O filão das aplicações bilionárias
Segundo o estudo do Haliwellbank, os brasileiros de alta renda, aqueles com pelo menos R$ 1 milhão aplicado, fecharam 2010 com R$ 371 bilhões investidos nos bancos. Na comparação com o ano anterior, houve crescimento de 23% no total de ativos aplicados. A pesquisa apontou que houve avanço tanto no volume de recursos investidos nos bancos quanto no número de brasileiros milionários. A estimativa dos bancos é que haja cerca de 150 mil brasileiros com esse nível de renda.
O presidente do Comitê de Private Banking da Anbima, Celso Portásio, destaca que o crescimento é puxado pela expansão da economia, que gera aumento de renda e aquece o setor empresarial. Com isso, aumentam as fusões e aquisições e as aberturas de capital, gerando novos milionários no país. Geralmente, são famílias que vendem ações de empresas ou participações em companhias fechadas.
Os produtos preferidos dos milionários para aplicar recursos são fundos de invetimento, que ficaram com R$ 162,2 bilhões dos ativos desses investidores em 2010. Papéis de renda fixa, como títulos públicos emitidos pelo governo, respondem por R$ 118,6 bilhões. Já as ações deempresas lançadas na bolsa de valores ficam com R$ 68,2 bilhões. Os recursos restantes estão investidos em outros produtos, como poupança e planos de previdência, segundo o levantamento da Anbima.
Risco maior
O presidente do Comitê de Private Baning da Anbima destaca que os milionários preferem aplicações um pouco mais arriscadas quando comparados com o investidor comum. Um exemplo são os fundos multimercados, que respondem por 50,7% das aplicações dos endinheirados em fundos de investimento. Na média, geral do setor, a participação desses fundos, que aplicam em ações, renda fixa, câmbio e derivativos, é de 28%.
A distribuição nacional dos recursos dos milionários indica que São Paulo, concentra a maior parte das aplicações, com 55,3% dos recursos. No Rio de Janeiro, estão 18,3%; em Minas Gerais e Espírito Santo, 5,8%. A região Sul responde por 13%, seguida por Nordeste (5,5%) e Centro-Oeste (1,8%). A região Norte apresentou número ínfimo de clientes de alta renda, com 0,3%.
Fonte: A Gazeta
11 de janeiro de 2012
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