Fonte: A Gazeta
A prisão de Emanuel Barros Videira, o "Manduca" - ocorrida na última sexta-feira (5) -, foi apenas a ponta do iceberg de um fraudulento esquema de compra e venda de contratos administrativos e alugueis de veículos para o Governo do Estado do Amapá (GEA). Conforme o depoimento prestado por ele à Polícia Civil, no Centro Integrado de Operações em Segurança Pública (Ciosp) do bairro Congós, existe o envolvimento de "pessoas grandes" por trás da máfia de empregos. Trechos da oitiva do acusado apontam a responsabilidade da transação ilegal para uma funcionária pública da Secretaria Estadual de Saúde (Sesa), conhecida como "Nazaré".
Emanuel contou que prometeu "dar uma força" a uma amiga de sua namorada, identificada como Adriana, para que ela conseguisse um contrato de emprego no Governo. Foi então que fez a intermediação entre a mulher e a funcionária da Sesa. Segundo ele, Adriana teria pagado a quantia de R$ 700 à Nazaré, em troca do "favor". A partir daí, por intercessão de sua companheira, conheceu várias pessoas interessadas em conseguir cargos e alugar veículos para o GEA.
Ainda de acordo com o depoimento, Vieira realizou negócios com todas as pessoas que se dizem vítimas dele. Ele confessou que recebia delas certa quantia em dinheiro para ajudá-las alugar seus carros na Cooperativa Locavel - empresa está responsável pela locação de veículos para o governo. Já aquelas que queriam emprego, o estelionatário disse que apenas realizava o intermédio com Nazaré, mediante o pagamento de propina, mas negou que tenha tido a intenção de enganar as pessoas. Emanuel declarou que acreditava serem verdadeiras as locações e os contratos administrativos, pois existiram outros casos que se concretizaram. "Ela (a funcionária da Sesa) é responsável por inúmeras negociações de empregos em troca de dinheiro. Várias pessoas já entraram no governo dessa maneira", disse o estelionatário em depoimento, que ainda garantiu que recebeu das vítimas em torno de R$ 1.200 mil.
Sobre se apresentar como policial civil, o acusado revelou ao delegado João Neto, que fez isso uma única vez - ocasião em que foi preso, no ano passado -, e que usava o artifício para conquistar mulheres. Ele também voltou a confirmar que trabalha como detetive particular. Antes de finalizar, Emanuel revelou que em 2006 foi processado por porte ilegal de arma de fogo, mas que foi absolvido no julgamento. E que também já foi preso por falsidade ideológica, e responde processo por ter comprado o gabarito do concurso do Corpo de Bombeiros no ano de 2009 e revendê-lo a outras pessoas.
Embora tenha negado todas as acusações atuais, Emanuel Vieira foi autuado por estelionato, falsa identidade e usurpação da função pública. Na manhã de domingo (7), ele foi transferido para o Instituto de Administração Penitenciária (Iapen), por determinação da Justiça.
A prisão do estelionatário
"Manduca" foi preso na última sexta-feira (5) por militares do Batalhão de Operações Especiais (Bope). Após denúncias, homens do serviço de inteligência do Bope, passaram a monitorar "Manduca". Um dos militares se infiltrou no ciclo de amizade do acusado e depois de constatar a veracidade das informações, conseguiu dar o flagrante no momento em que ele se preparava para fazer mais uma vítima. Nas transações, ele chegava a lucrar cerca de R$ 1,5 mil.
Com ele foi encontrado uniforme da Polícia Civil, uma carteira da Federação Brasileira de Investigação (FBI), que a polícia acredita não ter validade alguma, além de um extrato bancário em seu nome no valor de R$ 98 mil.
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