A qualidade dos serviços de energia elétrica entregue ao consumidor brasileiro entrou num processo de deterioração nos últimos três anos. O número de apagões, que após a privatização do setor caiu drasticamente, voltou a aumentar em 2008 e ultrapassou a meta estabelecida pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), em 2009. No ano passado, a situação continuou piorando. Em três anos, o índice de interrupções do Brasil subiu de 16 horas para cerca de 20 horas.
A média na Região Nordeste, onde ocorreu um apagão na última sexta-feira (4), subiu de 18 para 27 horas. A pior situação foi verificada em Sergipe, onde o volume de apagões dobrou, de 22 para 44 horas. A Bahia também teve uma piora significativa: subiu de 14 para 20 horas. Alguns estados apresentaram melhora, como Maranhão e Piauí. Nesses estados, contudo, os indicadores ainda continuam altos, entre 22 e 52 horas. Na opinião de especialistas do setor, a explicação está na falta de investimento adequado nas redes existentes de distribuição e transmissão.
O APAGÃO - Na sexta-feira, a Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf) divulgou nota explicando o apagão que tomou conta do Nordeste. Segundo a empresa, à 0h08 (horário de Brasília), um defeito no componente eletrônico denominado "cartela" acionou, indevidamente, o sistema de proteção da linha de transmissão que interliga as usinas de Luiz Gonzaga, localizada no município de Jatobá (PE), e de Sobradinho (BA).
Na sequência, à 0h21, ocorreu o desligamento da Subestação Luiz Gonzaga. Sete estados do Nordeste (Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará) foram afetados com interrupção de energia, tendo sido a última carga restabelecida às 4h37. Na nota, a Chesf informa que, segundo o superintendente de Operação, João Henrique Franklin, depois de identificada a origem do defeito, todas as medidas necessárias foram tomadas para normalizar o atendimento o mais breve possível.
Fonte: Agência Estado
6 de fevereiro de 2011
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