A Polícia Federal realizou nesta quinta-feira (9) buscas nas secretarias municipais de Administração e Finanças de Macapá (AP). Em uma sala da Secretaria Municipal de Finanças, a PF apreendeu R$ 35 mil em espécie. Também foram apreendidos computadores e documentos sobre licitações supostamente fraudulentas.
Segundo a PF, nenhum funcionário da Secretaria de Finanças soube explicar a origem do dinheiro. As buscas são mais uma etapa da Operação Mãos Limpas, que investiga um suposto esquema de desvio de verbas federais por políticos, funcionários públicos e empresários do Amapá.
Os mandados de busca e apreensão foram expedidos pelo ministro Otávio Noronha, do STJ (Superior Tribunal de Justiça). Ninguém foi preso ou conduzido coercivamente (quando alguém é levado por policiais para depor), como ocorreu em outras etapas da operação.
No dia 10 de setembro, na primeira fase da operação, a PF chegou a prender o governador do Estado, Pedro Paulo Dias (PP), por suspeita de participação no esquema. Ele passou dez dias na sede superintendência da Polícia Federal em Brasília. Solto, ele reassumiu o cargo.
Ao todo, foram cumpridos 18 mandados de prisão. Entre os presos, além do governador, estavam o ex-governador e candidato ao Senado Waldez Góes (PDT), aliado do senador José Sarney (PMDB) no Amapá, e o presidente do Tribunal de Contas do Estado, José Júlio de Miranda Coelho. Todos negam envolvimento nas irregularidades.
DESVIOS
Segundo a PF, as investigações da Mãos Limpas revelaram indícios de um esquema que desviou R$ 300 milhões de recursos da União que eram repassados para a Secretaria da Educação do Amapá.
Ainda segundo a PF, também foram identificados desvios de recursos no Tribunal de Contas do Estado, na Assembleia Legislativa e em diversas secretarias de Estado.
Por Jean-Philip Struck
9 de dezembro de 2010
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