Fonte: A Gazeta
Aos 33 anos, completados neste domingo (31), o deputado federal Vinícius Gurgel (PRTB-AP) é aliado de primeira hora do governador do Amapá, Camilo Capiberibe. Estreante em Brasília, ele avalia que, diante das dificuldades encontradas pelo chefe do Executivo, o aperto nas contas foi necessário para recuperar a capacidade de investimento do Estado. Vinícius Gurgel considera ainda que a crise de relacionamento entre o governador e o prefeito de Macapá, Roberto Góes, foi insuflada pela mídia. Mas enfatiza que, apesar da boa vontade demonstrada por Camilo, ao encampar a obra do Shopping Popular, ele não tem a obrigação de assumir as responsabilidades do município.
Gazeta - Na primeira eleição em que concorreu, o senhor foi eleito deputado federal. Como avalia o seu desempenho no primeiro semestre legislativo?
Vinícius - Participei da votação de projetos importantes, como o Código Florestal e o novo salário mínimo. Também apresentei algumas proposições. Para mim, tem sido um aprendizado muito grande.
Gazeta - O senhor foi eleito pelo PRTB, que é um pequeno partido, e existem rumores de que pretende migrar para o PR, que possui maior representatividade. O senhor não teme perder o mandato que, segundo entendimento do STF, pertence à sigla partidária?
Vinícius - Essa hipótese não existe. Na realidade, como o PRTB tem apenas dois deputados, nós assinamos um compromisso com o PR de, nesses quatro anos, integrarmos um bloco parlamentar na Câmara Federal.
Gazeta - Qual a sua avaliação dos primeiros sete meses do governo de Camilo Capiberibe que, eleito sob o slogan da "mudança", parece estar encontrando dificuldades para colocá-la em prática?
Vinícius - Avalio a gestão de Camilo Capiberibe de forma muito positiva. Sabemos das dificuldades que ele encontrou em todas as esferas da administração ao assumir o governo. Com o apoio das bancadas estadual e federal, ele tomou medidas necessárias, como o corte nas verbas da Assembleia Legislativa e a suspensão dos contratos. Essas iniciativas permitiram equilibrar as contas e recuperar a capacidade para retomar os investimentos do Estado.
Gazeta - Quais investimentos foram retomados?
Vinícius - Posso citar a retomada das obras da BR-156, em que o estado entrou com a contrapartida. Essa obra é um marco para o Amapá, vai interligá-lo ao Platô das Guianas, e o trecho de Calçoene em direção ao Carnot já recomeçou. O governo também retomou a recuperação da Orla de Macapá, imprescindível para impulsionar o turismo, e tem honrado todas as contrapartidas com as prefeituras, independentemente se o prefeito o apoio ou não, ou se é do PSB ou não. Essa é uma demonstração de boa vontade, da mesma forma como o governador chamou os concursados do Iapen e da PM.
Gazeta - Já que há tratamento democrático entre o governo e as prefeituras, então o senhor considera que é artificial a crise de relacionamento entre o governador Camilo Capiberibe e o prefeito de Macapá, Roberto Góes, que tem reclamado da falta de colaboração do Estado, especialmente no que diz respeito ao asfaltamento das ruas da capital?
Vinícius - Essa crise é fruto da mídia. O governador Camilo, inclusive, assumiu as obras do Shopping Popular e tem repassado as contrapartidas necessárias à Prefeitura de Macapá. A questão é que o governador não pode assumir as obrigações da prefeitura, como o asfaltamento das ruas e a limpeza da cidade. O governador não pode pegar um Estado que está em dificuldades, cujas contas não estão um mar de rosa, e assumir obrigações que não são dele. Não há como o governador Camilo cuidar da casa dele e da casa dos outros.
Gazeta - Nessa semana, o bispo de Macapá foi alvo de um assalto frustrado à Casa Paroquial, o que faz da insegurança pública o principal problema do Amapá. O senhor tem tranquilidade de circular pelas ruas da capital a qualquer hora?
Vinícius - Eu dirijo o meu carro e ando sem seguranças e sem motorista. Mas se for para falar em violência urbana, eu fui assaltado em 2010, quando o governador não era o Camilo. Registrei ocorrência na delegacia e quem prendeu o bandido e recuperou os meus pertences não foi a Polícia Civil e nem a Polícia Militar, foi a Polícia Rodoviária Federal numa operação de rotina. Macapá está crescendo, tem quase 500 mil habitantes e é natural que ocorram assaltos. A violência urbana não é culpa do governo, que tem trabalhado incessantemente para melhorar a segurança pública, com a entrega de novas viaturas e também dobrou o orçamento da PM.
Gazeta - O PRTB já tem posição definida em relação às eleições municipais de 2012?
Vinícius - O PRTB e o PR estão sob a nossa condução no estado, já que fazemos parte desse bloco parlamentar em Brasília. Desde as eleições, estamos alinhados com o governador Camilo e ainda vamos avaliar a conjuntura política para saber como vão caminhar o PSB e o PT. Posso adiantar que nas eleições municipais de 2012, a tendência natural é compormos uma coligação com o mesmo bloco partidário que elegeu o governador.
31 de julho de 2011
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