Fonte: A Gazeta
O governador do Amapá, Camilo Capiberibe chamou o prefeito de Macapá, Roberto Góes, de bronqueiro e o acusou de estar antecipando as eleições municipais de 2012. As declarações foram dadas ontem (7) em entrevista a um programa de rádio local, ao se referir sobre um possível desentendimento entre Estado e município. Camilo o acusou ainda de tentar jogar a responsabilidade dos problemas da cidade para o governo.
"O prefeito faz muita confusão. Ele tem lá os problemas dele administrativos e tem mais que resolvê-los, para isso foi eleito, e não ficar jogando a responsabilidade para cima do governo", disparou Camilo.
O ataque foi em resposta às declarações de Roberto em relação à parceria entre Estado e município, que de acordo com o prefeito, não estaria acontecendo e apontou o governo como o responsável por isso.
Na entrevista, o governador tentou amenizar a crise entre os dois governos e garantiu a realização de convênios com todos os municípios dispostos a aceitarem trabalhar conjuntamente com o Estado. "Não fiz nem mais, nem menos, fiz a mesma coisa do que já tinha sido feito", afirmou, destacando que 12 aceitaram a parceria.
Camilo ironizou os questionamentos do prefeito e o chamou de "chorão" e disse ainda ser ele o "único dos gestores municipais a reclamar dessa relação". "Eu acho que o prefeito tem de parar de fazer política e resolver os problemas da cidade. Para isso foi eleito. Deve parar de ir às rádios e fazer palanque político, ficar chorando e se fazer de vítima, ele tem que trabalhar e respeitar o voto que o povo deu a ele".
O governador ainda ressaltou as decisões tomadas nesse início de mandato. Classificou como medidas duras e difíceis. Mandou um recado ao prefeito: "não estou responsabilizando ninguém por isso".
"Estou assumindo aqui que estou tendo que tomar medidas duras, mesmo sabendo que isso possa afetar a minha popularidade, mas estou fazendo para poder colher os resultados no segundo semestre e no ano que vem", ressaltou.
Repasses
Camilo Capiberibe culpou o prefeito Roberto Góes pelo fato da parceria não está funcionando. Segundo ele, o pedetista estaria impondo condições na execução de algumas ações entre Estado e município. O governador citou como exemplo a retomada da obra do Hospital Metropolitano parada desde a operação "Pororoca" da Polícia Federal, que investigava um esquema de fraudes em obras públicas no Estado, e resultou na prisão do então prefeito João Henrique, a época do PT, reeleito após deixar o PSB.
Segundo o pessebista, o Estado já repassou o recurso necessário para a retomada dos trabalhos. "Estou repassando R$ 4,5 milhões para a contrapartida da obra do Hospital Metropolitano de Macapá. O dinheiro está na conta da prefeitura. Por que a prefeitura não começa a obra?", indagou.
De acordo com Camilo, o governo solicitou a prefeitura, a execução da obra da rua Mato Grosso, no bairro Pacoval, em conjunto com o município, considerada importante no processo de ligação da zona Norte com o centro da capital. "Tem R$ 2 milhões na conta da prefeitura e essa obra está parada e ele não faz nada. Perguntei quanto falta, falta R$ 1,5 milhão? Eu coloco. Parceria não é faz o que eu quero. Eu falei vamos avançar até aqui e ele não quer. O prefeito poderia estar fazendo a parte dele para a parceria andar", criticou, afirmando que o "prefeito não trabalha porque não quer. Dinheiro a prefeitura tem".
Roberto Góes, através da assessoria de Comunicação da prefeitura, desmentiu todas as declarações do governador Camilo Capiberibe. Resumiu a parceria entre Estado e município em apenas duas ações. A primeira referente ao repasse de 48 toneladas de asfalto e a outra a 10 latões de tinta a EMTU.
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