AMAPAENSES SÃO VÍTIMAS DO FALSO SEQUESTRO
"Alô? Alô? Mãe?". "Mãe é você, mãe? Mãe me ajuda. Pai?". Este é o tipo de telefonema que ninguém gostaria de receber. Nos últimos meses, o macapaense vem sentindo na pele o drama do falso sequestro. Neste tipo de golpe, os supostos sequestradores fazem contato com as vítimas por telefone e anunciam que um parente se encontra em cativeiro. Geralmente este parente está de viagem ou não tem como se comunicar com os familiares. A pessoa acaba sendo induzida pelos bandidos a efetuar depósitos em valores altíssimos. Na verdade tudo não passa de um golpe conhecido, mas que tem se revelado como uma modalidade bastante lucrativa.
O golpe que já causou pavor em muitos brasileiros não é novidade no Amapá. Segundo a polícia, geralmente o telefonema é feito de dentro de presídios em outros estados. De acordo com a polícia, é preciso manter a calma e saber como agir nessas situações. Em geral, os telefonemas são a cobrar e alguém do outro lado da linha pede socorro (voz de fundo). "É difícil manter o controle diante de uma situação dessas", disse uma pessoa que já foi alvo das quadrilhas.
Um truque importante para saber se os bandidos estão falando a verdade é pedir alguma informação sobre a pessoa sequestrada. Foi isso que fez a família de um servidor municipal em Macapá ao receber uma ligação do Rio de Janeiro. Os parentes estavam a dois dias em São Paulo e não faziam contato a cerca de 24 horas. O espetáculo teatral dos golpistas muitas vezes inclui gritos de fundo e informações detalhadas sobre a pessoa sequestrada, que segundo a polícia são retiradas de páginas de relacionamento na internet. Também é de lá que os criminosos ficam sabendo quando as pessoas viajam. Em outros casos, as quadrilhas possuem contatos nas agências de viagens.
No caso do servidor, os bandidos não possuíam informações contundentes, diziam apenas os dois, marido e esposa, estavam em cativeiro. Porém, eles conseguiram induzir o familiar a dizer o nome verdadeiro do "sequestrado". Segundo a esposa, os criminosos insistiam nas ligações, todas a cobrar. Eles pediram 500 cartões com créditos de telefonia móvel que deveriam ser repassados num prazo de 48h, caso contrário, matariam os dois. A mãe, de tanto insistir, conseguiu falar com a filha em São Paulo e perceber que se tratava de um golpe.
8 de outubro de 2010
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