1 de outubro de 2010

Eleitor do Amapá ainda vende voto por R$ 20, diz procurador Eleitoral do estado

O procurador Eleitoral do Amapá admite que "infelizmente" ainda há compra de votos no estado. José Cardoso Lopes acredita que os mais pobres são mais vulneráveis porque aceitam material de construção, tratamento médico, emprego e dinheiro em troca do apoio a candidatos.

- Ainda temos eleitor que vende o voto por R$ 20 - disse o procurador que há oito anos integra o Ministério Público Federal no Amapá.

Para Cardoso Lopes, o aliciamento de eleitores é um reflexo social.

- Temos muitas famílias que vivem abaixo da linha da pobreza [no Amapá]. Temos várias pessoas morando em área de risco, sem emprego, sem a mínima assistência do poder público - disse.

As investigações do Ministério Público revelam que os candidatos que cometem crime eleitoral oferecem também material de construção, tratamentos médicos e empregos aos eleitores.

- A gente sabe que isso é uma situação endêmica em todo o país - afirmou.

O procurador disse ainda que, nas eleições municipais de 2008, um candidato foi cassado depois da apreensão de R$ 20 mil em notas de R$ 20 na casa do investigado.

- A meu ver, não se justifica [ter tanto dinheiro em casa] ainda mais num processo eleitoral quando há possibilidade desse dinheiro ser destinado a compra de votos - explicou o procurador.

Apesar das denúncias de compra de votos terem crescido em setembro, Lopes acredita que a democracia, os candidatos e o eleitor estão menos suscetíveis à prática ilegal.

- A cada eleição, tenho visto que tem melhorado. Os próprios candidatos têm amadurecido em relação a essa responsabilidade que têm. E os próprios eleitores também tem amadurecido - defende.

Fonte: AGÊNCIA BRASIL

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