29 de julho de 2012

Mercado da prostituição em alta no Amapá

Por Abinoan Santiago/Blog Café & Cia

De acordo com um levantamento da Associação das Mulheres Profissionais do Sexo no Amapá, atualmente, existem 2500 prostitutas cadastradas no Estado. Porém, a presidente da associação, Edna Maciel, acredita que esse mercado é muito maior, pois, esses números foram colhidos em 2001 – ano de criação da entidade-. “Hoje você passa em um ponto, e conta cinco mulheres. Amanhã já são dez”, resumiu.

Uma tese que fomenta de Edna é os novos pontos de encontro na capital, Macapá, e em Santana.

Na capital, o lugar preferido para a prática dessa atividade são as esquinas, como, por exemplo, a da Avenida Raimundo Álvares da Costa com a Rua Odilardo Silva; Avenida 13 de Setembro com Rua Claudomiro de Morais, entre outras. Além de bares tradicionais conhecidos do ramo, como o da Loura, Jambeirinho, Casa das Primas etc.

Já em Santana, os pontos de encontro são na área portuária, e em praças movimentadas da cidade. “Se você for a uma praça, é comum ver meninas de shortinho curto e top, adequadas para chamar a atenção do homem. Por isso, nesses locais, já é difícil encontrar famílias. Como bares e boates não aceitam a entrada de pessoas menores de idade, a alternativa é ir para as praças”, relatou Edna Maciel.

“A prostituição cresceu bastante. É lamentável ver uma menina pedir dinheiro a um homem na rua. Ele dá a primeira e a segunda vez. Na terceira vez em que a moça for pedir, o rapaz já quer algo em troca. E assim começa a prostituição”, completou.

A associação não tem dados estatísticos da média de idade de quando as mulheres começam a se prostituir pelo fato das ações serem trabalhadas com maiores de 18 anos. No entanto, Edna garante que existe muitas adolescentes nesse mercado.
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‘Mercado do sexo’ dividido entre mulheres, homens e travestis

Atualmente, em Macapá, é muito comum ver homens em esquinas se prostituindo, porém, não do jeito másculo tradicional, e sim caracterizados de mulher, os chamados travestis.

A introdução dos travestis no ‘mercado do sexo’, na capital, fez com que os pontos de encontro fossem divididos entre homens e mulheres. No entanto, Edna crê que não há rivalidade entre os profissionais do sexo para conseguir o melhor cliente.

Entretanto, a presidenta da Associação de Profissionais do Sexo, ressalta que por essa prática ter crescido muito, muitas prostitutas deixaram as esquinas para trabalharem em bares do ramo.

Além disso, os travestis possuem seus clientes tradicionais, que são os chamados “homens aventureiros”: Aqueles que sempre buscam novas experiências sexuais, chegando até ao ponto de ter relações íntimas homogêneas. “Só procura o travesti em esquinas, os homens que realmente gostam disso, pois aqueles que preferem mulher, optam pelos bares”, comentou Edna.

Os travestis e prostitutas – que ainda trabalham em esquinas -, têm que dividir os seus pontos de encontro com alguns homens, os garotos de programa ou também conhecidos de “garotos da noite”. Mas, Edna Maciel diz que a quantidade desse profissional ainda é tímida na capital: “É difícil ver em esquinas, porém, eles devem fazer os seus programas de forma marcada”.

Nesse caso, mulheres mais velhas, solteiras e de bom poder aquisitivo é a maioria do perfil das clientes.
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Bancos de faculdades cheios de prostitutas de luxo

Além das esquinas e bares, em Macapá também está se tornando comum encontrar prostitutas de luxo sentadas nos bancos das faculdades.

Geralmente são mulheres bem vestidas, bonitas, e que oferecem serviços sexuais em troca de dinheiro para pagar a mensalidade do seu curso superior.

“Muitas mulheres buscam a prostituição como uma forma de se auto sustentar e manter o seu curso. Afinal, com o alto valor das mensalidades, os pais não têm como pagar a faculdade”, revelou Edna Maciel.

Os clientes habituais dessas profissionais do sexo, são na maioria os estudantes das referidas faculdades.

Edna também acentua que as boates encontram-se com um alto número de prostitutas de luxo: “Em locais fechados como boates. É mais fácil encontrar prostitutas de luxo (...) O programa é mais caro que de uma de Caleidoscópio rua. E o homem pensa na fantasia de ter relações melhores com ela pelo fato de ser uma mulher bem vestida”.

Falta de políticas públicas obrigam jovens a se prostituírem

Para a presidenta da Associação de Mulheres Profissionais do Sexo, Edna Maciel, ninguém nasce prostituta. A prostituição é a consequência de ações antepassadas, tanto no seio familiar, quanto na questão social.

“As esferas governamentais querem combater a prostituição em um dia. Eles vão hoje, deixam de ir amanhã. Ou seja, não há uma continuidade nesse combate”, lamentou Edna.

Enquanto os poderes não dão suma importância ao combate da prostituição, a Associação de Mulheres Profissionais do Sexo trabalha na prevenção sexual, distribuindo preservativos em pontos de encontro, praças, bares e boates.

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