Fonte: Portal iG
A quatro meses das eleições 2012, os dois principais partidos da oposição ao governo federal, PSDB e DEM, negociam nome a nome os indicados da aliança para disputar as prefeituras das maiores capitais do País. Embora a disputa seja municipal, o xadrez da corrida eleitoral é jogado no âmbito nacional e toda aliança entre as siglas passa pelo crivo das executivas em Brasília.
Em ao menos 15 capitais, tucanos e democratas deverão estar na mesma chapa, de acordo com levantamento realizado pelo iG. Apesar de ter perdido espaço nas últimas eleições, o DEM conta com ativos como o fundo partidário e o tempo de televisão para reivindicar prioridade na aliança com tucanos.
“Os partidos, quando puderem, poderão se compor e fazer as alianças com as contrapartidas proporcionais no âmbito da ação política naquilo que puder ser construído cidade a cidade. É legítimo haver reciprocidade, quando você dá o apoio e quer receber o apoio na outra (eleição). É transparente, democrático”, diz o líder do PSDB na Câmara, deputado Duarte Nogueira (SP).
Para o presidente nacional do DEM, senador Agripino Maia (RN), a conta é simples. “Onde o PSDB tem candidatos mais fortes, o Democratas vai apoiá-lo, e onde o Democratas for mais forte, esperamos o apoio do PSDB. Essa união é importante para que a oposição vença no Brasil”, afirmou.
Contrapartida
Na capital paulista, onde a costura política passa pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB), o DEM nega que tenha condicionado seu apoio à vaga de vice do pré-candidato tucano José Serra. No evento que oficializou o apoio, contudo, ganhou destaque o secretário Rodrigo Garcia (DEM), cotado a vice de Serra. “Vamos discutir com ele (José Serra) e com os outros partidos da aliança a formatação dessa coligação e também o nome para vice, independentemente de qualquer coisa, sem condicionar nada”, afirmou Garcia.
Na prática, no entanto, a partir do apoio a Serra em São Paulo, o DEM garantiu a cabeça de chapa em Salvador (BA). Na capital baiana, o deputado tucano Antônio Imbassahy teve de abrir mão de sua pré-candidatura em prol do deputado Antônio Carlos Magalhães Neto, líder do DEM na Câmara. A troca gerou protestos na base tucana no Estado.
CPI do Cachoeira
Em Goiás, PSDB e DEM são aliados no governo do Estado, mas o rompimento entre o governador Marconi Perillo (PSDB) e o deputado Ronaldo Caiado (DEM) dificultava a união na capital.
O caso Cachoeira, que atingiu tanto o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) como o governador tucano, fragilizando os dois partidos no Estado, pode acabar contribuindo para a aproximação das siglas em Goiânia. Isso porque o pré-candidato lançado pelo PSDB, o secretário estadual tucano Leonardo Vilela, foi flagrado em conversas telefônicas com o contraventor.
Ao mesmo tempo, o DEM, que chegou a lançar Demóstenes à prefeitura, estuda lançar o vice-governador José Eliton de Figueiredo Júnior, na tentativa de compor uma chapa com o pré-candidato tucano.
Xadrez político
Em Recife (PE), o pré-candidato tucano Daniel Coelho (PSDB), lançado pelo presidente nacional do PSDB, deputado Sérgio Guerra, tenta se firmar, mas pode acabar apoiando o pré-candidato do DEM, Mendonça Filho.
Em Teresina (PI), o pré-candidato do PSDB, Firmino Filho, deverá encabeçar a chapa com o ex-senador Heráclito Fortes, do DEM, na vice.
Em Rio Branco (AC), o tucano Tião Bocalom estará na cabeça de chapa, apoiado pelo DEM.
Em Fortaleza (CE), o PSDB ainda não descartou completamente a possibilidade de união entre as candidaturas do tucano Marcos Cals e do ex-deputado Moroni Torgan, do DEM.
Em Natal (RN), o DEM já oficializou o apoio à pré-candidatura do deputado federal Rogério Marinho (PSDB) à prefeitura.
Em Aracaju (SE), o pré-candidato ex-governador João Alves Filho (DEM) deve ter o apoio do ex-deputado José Carlos Machado (PSDB).
E em Macapá (AP), David Alcolumbre, do DEM, poderá ter o apoio do PSDB.
Em Porto Alegre (RS), o pré-candidato do DEM, deputado estadual Paulo Borges, exige ser cabeça de chapa em uma eventual aliança com o PSDB. Já o pré-candidato do PSDB, Nelson Marchezan Júnior, afirma não abrir mão da cabeça de chapa. Na capital gaúcha, o impasse continua.
Nem um nem outro
Em quatro capitais as legendas tendem a estar juntas na mesma chapa, mas dando apoio a uma terceira sigla, sem lançar candidatos a prefeito ou vice-prefeito.
Em Curitiba (PR) e Belo Horizonte (MG), tucanos e democratas vão apoiar os candidatos do PSB. Em Palmas (TO), PSDB e DEM devem apoiar Marcelo Lélis, do PV. Em Florianópolis (SC), as legendas negociam apoio a Cesar Junior, do PSD.
2 de junho de 2012
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