Fonte: A Gazeta
Os dois dias de julgamento de Wellington Raad foram marcados por momentos de emoção e tensão. Ontem (31 de Maio), quatro homens e três mulheres – os jurados – tinham nas mãos, o destino do réu confesso pelo triplo homicídio da família Konish. Após uma pausa de aproximadamente 30 minutos, veio a sentença: o acusado foi condenado há 57 anos de prisão pelas mortes de Carolina Camargo, Marcelo e Vitória.
O plenário lotado se manifestou reforçando o sentimento de justiça que os amapaenses esperavam após dois anos da chacina. O pai das crianças e o irmão da advogada comemoraram o veredicto, mas de forma contida em respeito a família do acusado. Sob forte emoção, eles preferiram não se pronunciar para a imprensa.
Condenação
Wellington foi condenado por homicídio qualificado por ter cometido o crime por motivo fútil, usando de meios cruéis e impossibilitando a defesa das vítimas. Ele foi sentenciado separadamente. Pela morte de Carolina e Marcelo, foi condenado há 36 anos e por Vitória, 21 anos. Somados, o réu cumprirá em regime inicialmente fechado, 57 anos de prisão.
Bate-boca
Os ânimos entre defesa e acusação ficaram acirrados. Maurício Pereira e Afonso Pereira iniciaram uma breve discussão que terminou no gabinete do juiz que presidia o júri. A confusão começou durante o depoimento de uma das três testemunhas convocadas para o segundo dia de julgamento. Aldo do Espírito Santo, pai adotivo do acusado, contava a versão do filho quando foi interrompido pelo posicionamento contrário da acusação sobre os fatos.
Réu chora
Ainda no decorrer do julgamento, Wellington chorou por várias vezes. Amparado por seu advogado, ele chegou a sair da sala de audiência demonstrando perturbação psicológica diante das perguntas feitas pela defesa. Ao ser interrogado pelo juiz Luiz Nazareno Huasseler e pelos promotores de justiça Iaci Pelaes e Afonso Pereira, o réu se manteve calado, se negando a responder qualquer pergunta da acusação.
Nova versão
Os advogados Maurício Pereira e Américo Leal trabalharam com a tese da negativa de autoria e nas falhas da perícia. No depoimento, o acusado contou uma nova versão para o crime. Segundo Wellington, ele estava na casa da família Konish quando dois homens encapuzados invadiram o local e cometeram os crimes. No depoimento, o acusado ainda citou a presença de mais duas pessoas. Em sua defesa, Wellington informou que não revelou a história antes porque foi ameaçado de morte.
Ao falar sobre a noite do crime, o réu demonstrou nervosismo e ao ser indagado sobre o relacionamento que mantia com Marcelo, ele garantiu que “o amava, como amava todos os amigos”.
Comoção
O choro ficou evidente entre os presentes quando a acusação mostrou as fotos da perícia detalhando como foi cometido cada assassinato. A forma como os corpos foram amontoados em um único cômodo da casa e os golpes de faca sofridos pelas vítimas chocaram a plateia.
Recurso
Após o pronunciamento da sentença, Maurício Pereira se manifestou afirmando que recorrerá da condenação e que seu cliente foi pré julgado antes mesmo de começar a defesa, pois a acusação não tinha provas suficientes. Wellington Raad retornará para o Instituto de Administração Penitenciária (Iapen), de onde já aguardava o julgamento.
1 de junho de 2012
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