17 de abril de 2012

Amapá: Por candidatura, PT promete lutar até o fim

Fonte: A Gazeta

Com a aproximação para a definição de nomes dos candidatos à Prefeitura de Macapá, o Partido dos Trabalhadores (PT) voltou a apontar a sua munição contra o PSB e promete lutar até o fim para lançar seu candidato a prefeito da capital. Em entrevista ao jornal a Gazeta, Lourival Freitas, um dos principais articuladores do partido em Brasília, cobrou do governador do Amapá, Camilo Capiberibe (PSB) o cumprimento do acordo firmando em 2010 – antes de ser eleito – que coloca os petistas como cabeça de chapa.

“Não vamos nos rebelar, mas o PSB tem por obrigação se posicionar em nome do acordo firmado com o partido. O Camilo assinou e se comprometeu até mesmo com o José Dirceu, então ele deve sim ser o primeiro a dizer que irá cumpri-lo”, disparou Lourival Freitas.

O tom de cobrança ocorre por conta da manobra feita pela família Capiberibe. Os socialistas deram, mais uma vez, à volta nos petistas negociando por cima. Segundo o petista, Os Capiberibes se aproveitaram do movimento do PT nacional, que para evitar o isolamento da candidatura de Fernando Haddad à prefeitura de São Paulo, admitiu “rifar” candidatos próprios em algumas cidades consideradas “estratégicas” e apoiar as chapas encabeçadas por políticos do PSB e do PCdoB, em troca de apoio na capital paulista, conforme informou o presidente nacional do PT, Rui Falcão.

“Essa possibilidade existe, o governador pode ter colocado o Amapá na mesa de negociação para tirar proveito da situação”, disparou Lourival. “Mas nós vamos buscar junto ao diretório mostrar que o Amapá não tem tanto peso no cenário nacional e que é viável para o PT ter candidato à prefeitura de Macapá”, emendou.

Em contraponto ao PSB, sigla com a qual os petistas coligam pela segunda vez, Lourival afirmou que os socialistas deram ampla abertura para que a deputada estadual Cristina Almeida, líder do governo na Assembleia Legislativa, fortalecesse seu nome – o que ele chamou de campanha antecipada – para disputar as eleições municipais.

“O lançamento da candidatura da Cristina Almeida não foi agora. Desde o início do governo, o partido já tinha dado carta branca a ela para trabalhar o nome dela, em uma campanha antecipada. A Cristina não faria isso por fazer, todos sabem que a parlamentar foi estimulada pelo próprio PSB a viabilizar sua candidatura”, revela.

A manobra da família Capíberibe provocou descontentamento dentro das facções do PT contrárias a aliança com os socialistas. “Eu já tinha dito em outra entrevista, a uma emissora de rádio local, que o Camilo tem a fama de não cumprir acordo, de passar rasteira nos aliados”, lamentou. “Tivemos muita dificuldades em construir essa aliança, foi preciso superar todas as feridas em relação ao primeiro governo do PSB, para firmarmos a parceria, e agora, do nada, ele joga fora de novo”, emendou.

O próprio governador Camilo Capiberibe, em entrevista a uma rádio local em julho de 2011, afirmou que cumpriria o acordo em apoiar um candidato petista a sucessão do prefeito Roberto Góes (PDT) em Macapá. Lourival admite que a quebra do acordo pode antecipar, de forma precoce, o rompimento da aliança entre os dois partidos. “Qual a credibilidade que nós vamos ter para fazer um novo acordo? Quem que vai acreditar? Em 2014 quem vai querer fazer acordo com o PSB?”, indagou.

PSB SAI NA FRENTE

Na última sexta-feira (13) a Comissão Executiva Estadual do PSB decidiu, por unanimidade, oficializar o nome da Deputada Estadual Cristina Almeida como pré-candidata do PSB à disputa pela Prefeitura de Macapá. Apesar dos socialistas terem saído na frente, o PT reconhece que o jogo começa a partir de agora. “Nós temos todas as condições e tempo para mobilizar o nosso candidato, o jogo começa agora”, afirma Lourival Freitas.

Para petistas a preferência por Cristina Almeida só acontece por conta da “campanha antecipada”, realizada por ela com consentimento do governador. Lourival reconheceu que o PT foi ingênuo em esperar pelo PSB. “O PT foi muito cuidadoso com essa aliança. Fomos ingênuos demais em esperar pelo PSB por conta desse acordo. Enquanto aguardávamos por um posicionamento deles, eles batiam o tambor e empinavam a curica em favor da Cristina”, criticou.

Para Lourival a saída é mostrar a Lula e Dilma que o Amapá pesa muito pouco no cenário nacional, para colocar nessa articulação por são Paulo. “Aqui nós temos que manter essa relação que construímos, portanto tem que ser respeitada”, sentenciou.

O petista afirma ainda que antes de conquistar o governo, o PSB estava em um isolamento total, e o PT deu a mão e o tirou dessa situação. Por conta dos atropelos, foi colocada em xeque a relação. “Eu duvido se o ex-secretário Evandro Gama, da Saúde, o secretário Marcos Roberto, Segurança Pública, e até mesmo o Joel Banha, Infra-estrutura, tivessem feito o que a Cristina Almeida fez se ele não tinha cortado a ‘curica’”, questionou. “O PSB sozinho não tem condições de nada. Nós dois juntos podemos muito mais, foi assim que mais uma vez ganhamos o governo”.

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