Quase 40 anos atrás, o economista Edmar Bacha, que viria a ser um dos pais do Plano Real, criou uma expressão para retratar a péssima distribuição de renda no Brasil: Belíndia. Como o próprio nome indica, trata-se de uma síntese entre Bélgica e Índia. Os dois países, símbolos, respectivamente, de riqueza e pobreza, coexistiriam aqui.
A revista britânica Economist, a mais prestigiada do mundo na área econômica, foi além. Usando como critérios o Produto Interno Bruto (PIB) em dólares, a renda per capita também em dólares e a população, a Economist dividiu os 26 Estados da Federação e o Distrito Federal como se fossem países independentes.
O Brasil seria uma mescla, entre outros, de África do Sul, Venezuela, Rússia, Polônia, Portugal, Gabão, Jordânia, Costa Rica, Tunísia, Uruguai e Bulgária.
No critério renda per capita, o "país" mais desenvolvido dentro do Brasil é o Distrito Federal (claro, se está falando puramente de dados econômicos). A capital brasileira tem PIB per capita de US$ 25 mil, segundo os dados relativos a 2008, valor equivalente ao de Portugal. É o único Estado brasileiro que figuraria no grupo das nações desenvolvidas.
Bem atrás fica São Paulo, com renda per capita de US$ 13.331. Pelo mesmo critério, o Estado com o maior PIB da Federação equivale à Polônia, que em 2008 tinha renda per capita de US$ 13.887. A seguir vem o Rio de Janeiro, com PIB per capita de US$ 11.786, equivalente à da Rússia.
Na rabeira dessa lista ficou o Piauí, com renda per capita de quase US$ 3 mil, semelhante à da Geórgia. O penúltimo lugar é ocupado pelo Maranhão (US$ 3.300, tal qual o Reino de Tonga, que fica na Oceania). A antepenúltima colocação ficou com Alagoas (US$ 3.400, comparados à China, que em 2008 tinha renda per capita de US$ 3.404).
PIB nominal
No critério que considera apenas o PIB cheio, São Paulo lidera, com mais de US$ 500 bilhões (de novo, equivalente à Polônia), seguido pelo Rio de Janeiro (neste caso, a "Cingapura brasileira") e Minas Gerais (a "Hungria verde-amarela").
Em último lugar nessa lista fica Roraima (equivalente à Suazilândia), imediatamente atrás do Acre (Ilhas Fiji), do Amapá (também Ilhas Fiji) do Tocantins (Bahamas) e do Piauí (Macedônia).
Em termo de população, o primeiro também é São Paulo (desta vez, comparado à Argentina), seguido por Minas Gerais (Síria) e Rio de Janeiro (Casaquistão).
Por Leandro Modé - O Estado de S.Paulo
8 de setembro de 2011
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