Responsável pela coordenação do XVI Encontro dos Tambores, que faz parte da programação da Semana da Consciência Negra, a diretoria da União dos Negros do Amapá-UNA, começa os preparativos para a maior manifestação afro-descendente do Norte do Brasil. Este ano a festa sofreu algumas alterações e terá uma proporção menor com relação às anteriores, mas a coordenação afirma que mesmo com pouco recurso o público não vai se decepcionar com a programação. De todo o Estado estão confirmadas a presença de 36 grupos de variadas manifestações afro.
A programação da Semana da Consciência Negra inclui não apenas apresentação de danças, mas também capoeira, hip-hop, samba, e religiões de matriz africana, como umbanda e tambor de mina. Cada um destes segmentos é responsável pela sua programação e à UNA cabe a responsabilidade da realização do Encontro dos Tambores e Feira de Artesanato e Comidas Típicas, que também está sendo preparada. As palestras e seminários do calendário são organizados por outras entidades ligadas à movimentos negros amapaenses.
A Semana da Consciência Negra obedece há 16 anos um calendário oficial instituído pelo Governo do Estado e representantes de comunidades afro-descendentes através da UNA. Com a situação econômica atual do Estado, representantes do Governo chegaram a cogitar a transferência da festa para a Expofeira Agropecuária , o que não foi aceito pela diretoria da UNA. “Todos os anos começamos a Semana no dia 13 de novembro e encerramos no dia 20, Dia da Consciência Negra, mas este ano, diante da situação em que o Estado se encontra, tivemos que alterar a data, por que o Governo programou a Expofeira para o mesmo período, e não aceitamos que o Encontro dos Tambores seja realizado fora do Centro de Cultura Negra”, fala Aluísio Carvalho, da coordenação.
Aluísio fala que a festa vai iniciar no dia 20, com a tradicional Missa dos Quilombos e garante que o Encontro dos Tambores será no espaço construído para este tipo de manifestação e as comunidades apresentarão suas danças e mostrarão que a cultura permanece viva em cada negro ou descendente. Marabaixo, batuque, tambor de crioula, sairé e zimba estão confirmados assim como o banho de cheiro, queima de fogos e rufar dos tambores. No dia 26 acontece o encerramento, nesta data a União dos Negros do Amapá completa 24 anos de fundação. “Iremos comemorar com muita dança e fogos a criação desta entidade que hoje representa os negros e continua brigando por nossos direitos”, acrescenta Aluísio.
Por Mariléia Maciel
9 de novembro de 2010
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