Um dos pivôs do esquema de corrupção no Amapá, desarticulado pela Polícia Federal durante a Operação Mãos Limpas, foi indicado ao governo pelo presidente do Senado, José Sarney. A informação foi revelada da edição desta quinta-feira do jornal O Estado de S. Paulo.
Os desvios que levaram o governador Pedro Paulo Dias (PP), o ex-governador Waldez Góes (PDT) e mais 16 pessoas à prisão ocorriam há pelo menos sete anos. O trabalho da Polícia Federal desmontou um esquema cujo tamanho ainda é incerto. Mas as informações apontam para uma quadrilha que ultrapassou os limites de coligações e órgãos do governo. O rombo, estimado em 300 milhões de reais, equivale a 12% do orçamento do Amapá para 2010.
Segundo o jornal, a escolha de Aldo Alves Ferreira para a Secretaria de Justiça e Segurança Pública do estado teria tido influência direta de Sarney, de acordo com um depoimento prestado à PF em novembro do ano passado pelo assessor jurídico da secretaria, Luiz Mário Araújo de Lima.
Após prestar um favor ao então governador Góes, que deixou o cargo em abril para se candidatar ao Senado e foi substituído pelo vice, Pedro Paulo Dias, Sarney pediu em troca a nomeação de Ferreira.
O secretário foi um dos detidos pela PF na última sexta-feira durante a Operação Mãos Limpas. Em seu gabinete no Macapá, os agentes encontraram duas malas contendo 540.000 reais em dinheiro. As investigações apontam, ainda, para indícios de fraudes em licitação em contratos firmados pela secretaria comandada por Ferreira.
16 de setembro de 2010
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