O ex-governador e senador cassado João Capiberibe (PSB) enviou uma interpelação ao governador interino do Amapá, Dôglas Evangelista, pedido esclarecimentos sobre uma declaração dada em entrevista ao site de Veja. Dôglas afirmou que o esquema de corrupção no estado, que culminou com a Operação Mãos Limpas, teve início na gestão de Capiberibe.
O governador interino é presidente do Tribunal de Justiça do estado, e assumiu o cargo na sexta-feira passada, depois da prisão do governador Pedro Paulo Dias (PP). Em entrevista publicada no último domingo, o desembargador afirmou que há um loteamento político dentro do governo desde a gestão de Capiberibe, que governou o Amapá de 1995 a 2002. O esquema teria como objetivo arrecadar fundos para campanhas eleitorais por meio de desvios em contratos com empresas privadas.
Dôglas declarou: “Lá uma secretaria é de um partido, outra de outro. E todo mundo trabalhando dentro da secretaria para eleger alguém. As empresas beneficiadas são as que bancam a campanha. Desde a época do Capi [como é conhecido o ex-governador]”
“Ele me atacou de uma forma leviana. Tem que confirmar o que ele falou, senão vou mover uma ação criminal por difamação”, afirma Capiberibe, que perdeu o mandato de senador em 2004, sob acusação de compra de votos nas eleições de 2002. Ele atribuiu a punição à influência do senador José Sarney (PMDB), de quem é desafeto. Nestas eleições, o ex-governador tenta voltar ao Senado. Na correspondência enviada a Dôglas, o senador cassado também pergunta porque o presidente do TJ não denunciou as supostas irregularidades na época em que elas teriam ocorrido.
Nesta quarta-feira, 12 detidos na Operação Mãos Limpas deixaram a prisão. Outros seis - entre eles o governador Pedro Paulo e o ex-governador Waldez Góes, candidato ao Senado pelo PDT, continuam detidos. A suspeita é de que os desvios tenham chegado à casa dos 300 milhões de reais desde 2003.
Por Gabriel Castro, da revista Veja
16 de setembro de 2010
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