A Justiça do Trabalho mandou o governo do Amapá pagar R$ 2,168 milhões à empresa de vigilância que é, segundo a Polícia Federal, pivô do esquema de corrupção que levou o governador Pedro Paulo Dias (PP) à prisão no último dia 10.
Acusada de obter contratos com o governo em troca de propina, a Amapá Vip deverá usar o dinheiro, conforme determinou a Justiça, para quitar os salários de agosto de cerca de 1.100 vigilantes de escolas públicas.
A empresa tinha sido contratada para prestar serviço à Secretaria Estadual de Educação, mas recebeu ordem da PF para retirar os vigilantes de seus postos, após a operação Mãos Limpas.
Na ação da PF, além de Pedro Paulo, foi preso o candidato a senador Waldez Góes (PDT) que até abril era governador do Estado. A investigação começou em agosto de 2009. Os dois estão soltos desde a semana passada.
No total, foram 18 presos acusados de participar de um suposto esquema de contratação de empresas em troca de proprina que, só da área de Saúde, teria desviado R$ 300 milhões.
SINDICATO SUSPEITO
Tomada na quinta-feira passada, a decisão da Justiça do Trabalho deu prazo de 48 horas para o governo fazer o pagamento, o que até ontem não tinha ocorrido, segundo o Sindiviap, sindicato dos vigilantes do Amapá que moveu a ação judicial.
À Justiça trabalhista, o governo do Amapá informou que o pagamento à Amapá Vip foi suspenso após a operação da PF.
O Sindiviap anunciou que os trabalhadores farão manifestação hoje na sede do governo, pois não têm certeza nem sobre a rescisão de contratos trabalhistas.
Apesar da mobilização, o principal dirigente do sindicato está envolvido no suposto esquema de cobranças de propina.
A Procuradoria da República chegou a pedir a prisão temporária de Dinassi Siqueira Carmo, presidente licenciado do sindicato e candidato a deputado estadual pelo PSDB.
Segundo a PF, Carmo "receberia valores para defender os interesses de Alexandre Gomes de Albuquerque, proprietário da empresa Amapá Vip'"
Carmo negou à reportagem da Folha ter recebido dinheiro. Ele afirma que mantinha contatos apenas profissionais com o empresário e atribuiu acusação à denúncia de outra empresa de segurança, a LMS Vigilância.
O advogado de Albuquerque, dono da Amapá Vip, negou pagamento de propina.
Procurada, a advogada do governador Pedro Paulo não telefonou de volta.
Candidato à reeleição, o governador nega participação do esquema de recebimento de propina em seu programa eleitoral na TV.
Fonte: Folha Online
27 de setembro de 2010
Assinar:
Postar comentários (Atom)
0 comentários:
Postar um comentário