27 de setembro de 2010

Justiça manda governo do Amapá pagar R$ 2,1 mi a investigada

A Justiça do Trabalho mandou o governo do Amapá pagar R$ 2,168 milhões à empresa de vigilância que é, segundo a Polícia Federal, pivô do esquema de corrupção que levou o governador Pedro Paulo Dias (PP) à prisão no último dia 10.

Acusada de obter contratos com o governo em troca de propina, a Amapá Vip deverá usar o dinheiro, conforme determinou a Justiça, para quitar os salários de agosto de cerca de 1.100 vigilantes de escolas públicas.

A empresa tinha sido contratada para prestar serviço à Secretaria Estadual de Educação, mas recebeu ordem da PF para retirar os vigilantes de seus postos, após a operação Mãos Limpas.

Na ação da PF, além de Pedro Paulo, foi preso o candidato a senador Waldez Góes (PDT) que até abril era governador do Estado. A investigação começou em agosto de 2009. Os dois estão soltos desde a semana passada.

No total, foram 18 presos acusados de participar de um suposto esquema de contratação de empresas em troca de proprina que, só da área de Saúde, teria desviado R$ 300 milhões.

SINDICATO SUSPEITO

Tomada na quinta-feira passada, a decisão da Justiça do Trabalho deu prazo de 48 horas para o governo fazer o pagamento, o que até ontem não tinha ocorrido, segundo o Sindiviap, sindicato dos vigilantes do Amapá que moveu a ação judicial.

À Justiça trabalhista, o governo do Amapá informou que o pagamento à Amapá Vip foi suspenso após a operação da PF.

O Sindiviap anunciou que os trabalhadores farão manifestação hoje na sede do governo, pois não têm certeza nem sobre a rescisão de contratos trabalhistas.

Apesar da mobilização, o principal dirigente do sindicato está envolvido no suposto esquema de cobranças de propina.

A Procuradoria da República chegou a pedir a prisão temporária de Dinassi Siqueira Carmo, presidente licenciado do sindicato e candidato a deputado estadual pelo PSDB.

Segundo a PF, Carmo "receberia valores para defender os interesses de Alexandre Gomes de Albuquerque, proprietário da empresa Amapá Vip'"

Carmo negou à reportagem da Folha ter recebido dinheiro. Ele afirma que mantinha contatos apenas profissionais com o empresário e atribuiu acusação à denúncia de outra empresa de segurança, a LMS Vigilância.

O advogado de Albuquerque, dono da Amapá Vip, negou pagamento de propina.

Procurada, a advogada do governador Pedro Paulo não telefonou de volta.

Candidato à reeleição, o governador nega participação do esquema de recebimento de propina em seu programa eleitoral na TV.

Fonte: Folha Online

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